Audiência pública vai debater combate ao crack e outras drogas

A oitava edição da Audiência Pública sobre Enfrentamento e Combate ao Crack, promovida pela Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, acontece no Centro de Convenções do Pantanal de Corumbá, a partir das 13 horas desta segunda-feira. Na programação estão previstas palestras com representantes dos vários setores que trabalham no combate às drogas. A iniciativa […]

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A oitava edição da Audiência Pública sobre Enfrentamento e Combate ao Crack, promovida pela Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, acontece no Centro de Convenções do Pantanal de Corumbá, a partir das 13 horas desta segunda-feira. Na programação estão previstas palestras com representantes dos vários setores que trabalham no combate às drogas. A iniciativa é dos deputados estaduais Eduardo Rocha (PMDB) e Paulo Duarte (PT).
“Esse é tema importante que, independentemente, de questões partidárias, tanto é que um deputado do PT – que sou eu – e um deputado do PMDB – que é o Eduardo Rocha – estamos juntos fazendo essa audiência pública em Corumbá, que já foi realizada em outras cidades do Estado”, disse Paulo Duarte ao Diário, lembrando da proposta da audiência pública.
“É trazer o debate juntamente com a sociedade, especialistas, segmentos envolvidos. Ouvir o que é importante, depoimentos de pessoas que passaram ou passam por esse problema porque a gente precisa entender que essa é uma questão que interessa a todos. Isso, hoje, o consumo de drogas, o crack, é uma epidemia que não acontece somente em Corumbá, mas em todo o Brasil, em todo o mundo e precisamos ter mecanismos de enfrentamento conjunto: setor público, sociedade civil para que a gente possa reduzir trabalhando não somente no tratamento de dependentes químicos como também na prevenção, evitando que pessoas sejam levadas ao submundo do consumo de drogas”, explicou ao vincular o desenvolvimento das cidades e do país ao combate e enfrentamento ao uso de drogas que considerou “uma mazela social”.
O deputado Eduardo Rocha ressalta que é importante debater o tema tendo em vista que Mato Grosso do Sul é um estado fronteiriço e por ter essa realidade, em muitos casos, a droga, em específico o crack, pode ser adquirida por um valor muito menor do que o praticado nos grandes centros brasileiros.
“Hoje, o crack está entrando em toda camada social, não está escolhendo onde entra. Eu defendo reforço na Polícia de Fronteira. É claro que a gente quer muito bem nossos irmãos bolivianos e paraguaios, mas nós precisamos ter uma Polícia Federal de Fronteira para que possamos fazer uma repressão muito forte seja nas drogas ou nos armamentos”, disse o deputado peemedebista em entrevista ao Diário.
Ele destacou a elaboração do Plano Estadual de Enfrentamento às Drogas, intitulado “MS Sem Drogas” e a nova visão destinada às casas de recuperação. “Depois que começamos esse movimento, conseguimos sensibilizar a Anvisa para que ela trate as casas de recuperação de forma diferenciada dos hospitais, pois elas não estavam conseguindo recursos estaduais e nem federais”, disse sobre a movimentação nacional que vem se fazendo com o apoio do Governo Federal sobre o enfrentamento ao crack.
O deputado lembra que, como resultado da primeira audiência pública sobre o tema, realizada em Campo Grande, houve a elaboração de uma carta aberta sobre a situação na Capital. Segundo o parlamentar, a realização das audiências públicas no interior do Estado deve seguir o mesmo caminho.
“Fizemos uma carta aberta de Campo Grande e, daqui um ano, um ano e meio, pretendemos alcançar ao menos 70% dos municípios para fazermos uma carta aberta de Mato Grosso do Sul para levarmos para a presidente Dilma e incluir o Estado nos recursos para esse combate”, afirmou.
As estatísticas sobre o crack no Brasil não são animadoras. Hoje a droga é responsável por 39% dos atendimentos psiquiátricos. O número de usuários, no país, está em torno de 1,2 milhão de dependentes e a idade média para iniciar o consumo é de 13 anos. Esses números são uma estimativa com base em dados do censo do IBGE. Especialistas apontam que os países gastam de 0,5% a 1,3% do PIB com o combate e tratamento ao uso do crack.

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