O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, afirmou que os planos de Israel, de construir mais casas em assentamentos, será um golpe quase fatal contra as chances de um acordo de paz com os palestinos. Na sexta-feira, o governo de Israel autorizou a construção de mais três mil moradias nos territórios palestinos ocupados. As casas devem ser erguidas em Jerusalém Oriental e na Cisjordânia.

A Autoridade Palestina informou logo em seguida que não vai retomar as negociações de paz sem que Israel interrompa a construção de assentamentos. O anúncio das novas casas foi feito um dia depois de uma votação na Assembleia geral da ONU elevar a Autoridade Palestina ao status de estado observador. De acordo com o gabinete do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon está preocupado principalmente com o projeto do novo assentamento chamado de E1.

Medindo pouco mais de sete quilômetros quadrados, este assentamento iria ligar um outro na Cisjordânia ao assentamento em Jerusalém Oriental. Ban Ki-moon afirmnou que, se este projeto seguir em frente, pode destruir as chances de uma solução de dois Estados, um israelense e um palestino, para a região. E pediu que todos os interessados retomem as negociações e os planos para o assentamento E1 sejam cancelados. Reunião e dinheiro Em uma reunião neste domingo, o gabinete de governo de Israel rejeitou formalmente a decisão de quinta-feira da ONU.

O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, chamou a campanha pela criação de um Estado palestino, liderada pelo presidente da Autoridade Palestina Mahmoud Abbas, de “uma brutal violação dos acordos assinados com o Estado de Israel”. O premiê afirmou também que apenas as negociações com Israel podem levar ao estabelecimento de um Estado palestino.

Neste domingo, o ministro das Finanças de Israel também anunciou que o país não vai transferir para os palestinos os fundos arrecadados neste mês com impostos, em resposta à aprovação do novo status palestino. Yuval Steinitz disse que o dinheiro – estimado em US$ 120 milhões – será usado para amortizar uma dívida que a Autoridade Palestina tem com a companhia de eletricidade israelense. A Autoridade Palestina é muito dependente dos fundos arrecadados com impostos coletados por Israel.