Para dom Dimas Lara, decisão do STF preocupa, já que aborto nunca é solução e existe possibildade de o bebê sobreviver

Desde que impetrado no STF (Suprema Tribunal Federal), em 2004, o tema da anencefalia gerou muita polêmica. E agora, depois de dois dias de discussão e votos, a corte determinou ser legítimo o direito da mulher em interromper a gravidez sem que a prática seja um crime, trazendo o tema novamente à tona.

Estudioso do assunto, o arcebispo de Campo Grande, Dom Dimas Lara Barbosa, conta que reuniu professores de medicina, filosofia e integrantes da igreja para elaborar um estudo e encaminhar ao supremo.

“Era bispo auxiliar no Rio de Janeiro em 2004, quando entendemos que na verdade o termo correto não é anencefalia e sim neuroencefalia, já que ainda existe uma pequena quantidade de cérebro”, diz Dom Dimas.

Segundo ele, “o aborto nunca é solução para a dor da mãe e os casos são diferenciados já que alguns bebês sobrevivem horas, dias, meses e até dois anos como já ocorreu”, disse. E não há como saber ao certo o grau de deficiência física ou mental, real ou pressuposta.

Dom Dimas diz ainda se tratar de duas pessoas diferentes, uma a mãe e outra o paciente. “São inúmeras as discussões, mas entre elas podemos falar da saúde da gestante e o pré-natal. “Já foi provado que a distribuição adequada de ácido fólico previne contra graves tipos de formação congênita. O mesmo pode se dizer da mãe que pode realizar tratamentos adequados para melhorar o diagnóstico do bebê”, afirma Dom Dimas.

Ao contrário da igreja católica, Dimas afirma que articulistas colocam a mãe como sendo um ‘caixão ambulante’ e por isso defendem o aborto. “Vale a pena doar a vida por um bebê mesmo que por poucas horas. O sentimento de culpa da mãe e as crises de depressão são muito piores e a vida é sempre o melhor caminho”, diz Dom Dimas.

Editada em 17/04/2012