Após ‘prejuízo bilionário’, acionista processa a TIM por abuso de poder

A JVCO, acionista minoritária da TIM Participações (TIMP3), informou nesta terça-feira (9) que abriu processo contra a Telecom Italia na justiça do Rio de Janeiro, pedindo indenização à operadora brasileira com base em uma postura que afirma ser de abuso de poder por parte do grupo italiano que tem causado prejuízos a empresa e seus […]

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A JVCO, acionista minoritária da TIM Participações (TIMP3), informou nesta terça-feira (9) que abriu processo contra a Telecom Italia na justiça do Rio de Janeiro, pedindo indenização à operadora brasileira com base em uma postura que afirma ser de abuso de poder por parte do grupo italiano que tem causado prejuízos a empresa e seus acionistas.

A ação da JVCO, controlada pelo empresário Nelson Tanure, não estabelece o valor do pedido de indenização, mas cita como parâmetro a queda no valor de mercado da TIM. “Desde o afastamento de Luca Luciani, ex-presidente da TIM, os acionistas viram o valor da companhia ser reduzido em mais de um terço, o que corresponde a uma perda de R$ 10 bilhões”.

Na semana passada, a JVCO acusou a TIM de irregularidades no balanço, afirmando que a empresa tem uma dívida de R$ 6,6 bilhões, alegação negada pela operadora e que gerou um tombo no valor das ações da empresa.

Representantes da TIM no Brasil não puderam comentar o assunto de imediato. Em evento do setor de telecomunicações no Rio de Janeiro, o presidente da Telecom Italia, Franco Bernabe, afirmou apenas que “não há um processo de pequenos investidores em geral. Há discussões com um investidor minoritário (Tanure)”, disse ele sem dar mais detalhes antes de apresentar uma palestra.

Segundo a JVCO, representada pelo escritório de advocacia Bulhões Pedreira, a Telecom Italia indicou Luciani para os cargos de membro do Conselho de Administração e presidente da TIM, “quando sabidamente já se encontrava sob investigação promovida pelo Ministério Público italiano, por suspeita de prática de fraudes com o propósito de inflar a base de clientes da Telecom Italia”.

Luciani renunciou aos cargos no início de maio deste ano. Na época, a ação da empresa era cotada no patamar de R$ 10 e, atualmente, está pouco acima de R$ 7.

A JVCO, parte da Docas Investimentos, de Tanure, era a antiga controladora indireta da Intelig, adquirida pela TIM em 2009. A empresa não informa o tamanho de sua participação na operadora.

A TIM tem enfrentado uma série de revezes nos últimos meses, como a suspensão de vendas do segmento de telefonia móvel em diversos Estados aplicada pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Na ação, a JVCO afirma que durante gestão na TIM, Luciani adotou uma política comercial “agressiva que resultou em graves problemas de qualidade dos serviços prestados”.

Presidente da TIM nega abuso de poder

O presidente da TIM, Andrea Mangoni, defendeu seu antecessor à frente da empresa no Brasil; e negou que a Telecom Italia tenha operado com abuso de poder sobre seus minoritários no Brasil.

O executivo frisou que a empresa é sólida, e que sua reputação é o principal ativo da companhia. “O balanço da TIM é sólido, transparente e auditado”, ressaltou. “Não apresentamos nenhum problema, não temos nenhuma dívida”, completou.

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