Durante os Jogos Paralímpicos de Londres, o público britânico tem se mantido cordial e animado até o momento em que seus representantes se apresentam: é aí que as arenas vêm abaixo, com gritos de incentivo e centenas de Union Flags tremulando na plateia. Esse foi o para o nadador André Brasil nesta quarta-feira, no Aquático: mais de 15 mil pessoas incentivaram seu rival, o inglês Robert Welbourn.

Os dois se encontraram na segunda eliminatória dos 400 m livre S10 e avançaram à grande final. O britânico com o 5º tempo (4min17s13), seguido pelo brasileiro, com o 6º(4min17s15). “A gente não sabe o que esperar de um cara que tem mais de 15 mil pessoas torcendo só para ele”, apontou Brasil, ao analisar os adversários por mais uma medalha paralímpica – em Londres, já conquistou duas de prata e uma de ouro. As dificuldades são grandes.

“Minha classe evoluiu tremendamente. Comparando com quatro anos atrás, eu ganhava, por exemplo, os 50 m livre, que é a prova mais rápida, com 1 segundo de diferença para o segundo lugar. Hoje, são centésimos, décimos que definem o 1°, 2, 3 e o último lugar”, opinou André Brasil, que afirmou gostar da pressão de enfrentar um dono da casa. Ele tem se impressionado com o barulho das pessoas no Centro Aquático.

“Parece que as pessoas estão gritando no teu ouvido. Na água, é muito pouco o que se escuta, mas fora da água, antes de nadar, a gente escuta. Estou satisfeito não só por ver a casa lotada, mas por também ter a minha família aqui. Quem sabe daqui quatro anos a gente possa ter uns Jogos com uma torcida assim. É bacana, traz uma sensação diferente”, complementou, fazendo referência aos Jogos do Rio 2016.