Ao menos 74 jornalistas foram assassinados nos últimos três anos na América Latina, 9 deles no Brasil e 49 em Honduras e México, os países mais perigosos para o exercício da profissão na região, revelou uma ONG esta quinta-feira, na capital guatemalteca. Entre 2010 e 2012, foram assassinados em Honduras 25 profissionais de comunicação e 24 no México, segundo o estudo intitulado ”Rostos e rastros da liberdade de expressão na América Latina e no Caribe”, apresentado pela IFEX-ACL, uma rede de organizações que defende a liberdade de imprensa na região.

Ainda segundo o informe, no mesmo período morreram nove jornalistas no Brasil, sete no Equador, três no Peru, três na Colômbia, dois na Guatemala e um na Argentina. A presença do crime organizado, da intolerância dos poderes públicos, da violência sexual, entre outras realidades da América Latina, são ameaças comuns à integridade dos jornalistas, explicou Pedro Vaca, integrante da rede.

“Deve-se garantir o livre exercício jornalístico em ambientes ameaçadores e implementar medidas de proteção que caminhem de mãos dadas com políticas de justiça”, acrescentou o ativista. Segundo a ONG, não menos grave que os 74 homicídios é o fato de que em apenas oito destes casos os autores materiais ou intelectuais foram condenados.

“É, então, necessário reverter a cultura da impunidade e levar a sério o direito à justiça. O propósito (do informe) é promover uma reflexão nos Estados à espera de que estes aportes se traduzam em ações”, acrescentou o informe. A rede IFEX-ALC destacou que, atualmente, 431 jornalistas estão ameaçados de morte na América Latina. Só na Colômbia, 135 profissionais de comunicação foram intimidados devido ao seu trabalho.