Reportagem publicada nesta segunda-feira no jornal Folha de S.Paulo revela que uma garota de programa afirmou em depoimento sigiloso dado à polícia que ganhou um carro de presente do empresário Marcos Matsunaga, executivo da Yoki assassinado e esquartejado pela mulher,Elize, em São Paulo. Identificada pelo nome falso de Natália, a mulher disse que mantinha um relacionamento amoroso com a vítima desde o começo do ano, e que ganhou o veículo mesmo sem saber dirigir. O caso entre os dois teria sido o estopim para que Elize Matsunaga cometesse o crime. A bacharel em Direito está presa desde a semana passada, quando confessou ter matado o marido com um tiro na cabeça, e jogado partes de seu corpo em diferentes regiões de Cotia (SP).

De acordo com a matéria, a polícia chegou a Natália por meio de um detetive contratado por Elize para investigar a traição do marido. Matsunaga e a garota de programa, uma morena de Minas Gerais, se conheceram em um site de relacionamento, o mesmo em que Matsunaga conheceu Elize, que também teria sido prostituta. “O início da discussão foi essa traição. O início, mas não foi só por isso que teve todo esse desfecho”, afirmou Luciano Santoro, advogado de defesa de Elize. De acordo com ele, o motivo central teriam sido as ameaças feitas pelo empresário de que ela perderia a guarda da filha, caso os dois se separassem. Segundo a reportagem, a polícia aguarda os laudos periciais para concluir a investigação.

Empresário é esquartejado

Executivo da Yoki, Marcos Kitano Matsunaga, 42 anos, foi considerado desaparecido em 20 de maio. Sete dias depois, partes do corpo foram encontradas em Cotia, na Grande São Paulo. Segundo a investigação, o empresário foi assassinado com um tiro e depois esquartejado. Principal suspeita de ter praticado o crime, a mulher dele, a bacharel em Direito e técnica em enfermagem Elize Araújo Kitano Matsunaga, 38 anos, teve a prisão temporária decretada pela Justiça no dia 4 de junho. Ela e Matsunaga eram casados há três anos e têm uma filha de 1 ano. O empresário era pai também de um filho de 3 anos, fruto de relacionamento anterior.

De acordo com as investigações, no dia 19 de maio, a vítima entrou no apartamento do casal, na zona oeste da capital paulista e, a partir daí, as câmeras do prédio não mais registram a sua saída. No dia seguinte, a mulher aparece saindo do edifício com malas e, quando retornou, estava sem a bagagem. Durante perícia no apartamento, foram encontrados sacos da mesma cor dos utilizados para colocar as partes do corpo esquartejado do executivo. Além disso, Elize doou três armas do marido à Guarda Civil Metropolitana de São Paulo antes de ser presa. Uma das armas tinha calibre 380, o mesmo do tiro que matou o empresário.

Em depoimento dois dias depois de ser presa, Elize confessou ter matado e esquartejado o marido em um banheiro do apartamento do casal. Ela disse ter descoberto uma traição do empresário e que, durante uma discussão, foi agredida. A mulher ressaltou ter agido sozinha.