Aliado de Cachoeira pagou R$ 161 mil a escritório de subprocurador
Laudos da Polícia Federal mostram que o grupo do contraventor Carlinhos Cachoeira pagou R$ 161 mil ao escritório de advocacia de Geraldo Brindeiro, que também é subprocurador-geral da República. Os depósitos saíram da conta de Geovani Pereira da Silva, entre 2009 e 2010. Ele é considerado o tesoureiro do grupo Cachoeira e está foragido. As […]
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Laudos da Polícia Federal mostram que o grupo do contraventor Carlinhos Cachoeira pagou R$ 161 mil ao escritório de advocacia de Geraldo Brindeiro, que também é subprocurador-geral da República. Os depósitos saíram da conta de Geovani Pereira da Silva, entre 2009 e 2010. Ele é considerado o tesoureiro do grupo Cachoeira e está foragido. As informações foram publicadas no jornal Folha de S. Paulo.
O escritório de advocacia Morais, Castilho & Brindeiro, que tem como sócio o subprocurador, é citado como um dos “principais destinatários” do dinheiro da conta de Pereira da Silva. O documento da polícia não diz para que o dinheiro foi usado. O grupo de Cachoeira é investigado pela Procuradoria-Geral da República, órgão já comandado por Brindeiro durante o governo Fernando Henrique Cardoso.
Carlinhos Cachoeira
Acusado de comandar a exploração do jogo ilegal em Goiás, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi preso na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, em 29 de fevereiro de 2012, oito anos após a divulgação de um vídeo em que Waldomiro Diniz, assessor do então ministro da Casa Civil, José Dirceu, lhe pedia propina. O escândalo culminou na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos e na revelação do suposto esquema de pagamento de parlamentares que ficou conhecido como mensalão.
Escutas telefônicas realizadas durante a investigação da PF apontaram contatos entre Cachoeira e o senador democrata Demóstenes Torres (GO). Ele reagiu dizendo que a violação do seu sigilo telefônico não havia obedecido a critérios legais.
Nos dias seguintes, reportagens dos jornais Folha de S.Paulo e O Globo afirmaram, respectivamente, que o grupo de Cachoeira forneceu telefones antigrampos para políticos, entre eles Demóstenes, e que o senador pediu ao empresário que lhe emprestasse R$ 3 mil em despesas com táxi-aéreo. Na conversa, o democrata ainda vazou informações sobre reuniões reservadas que manteve com representantes dos três Poderes.
Pressionado, Demóstenes pediu afastamento da liderança do DEM no Senado em 27 de março. No dia seguinte, o PSOL representou contra o parlamentar no Conselho de Ética e, um dia depois, em 29 de março, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski autorizou a quebra de seu sigilo bancário.
O presidente do DEM, senador José Agripino Maia (RN), anunciou em 2 de abril que o partido havia decidido abrir um processo que poderia resultar na expulsão de Demóstenes, que, no dia seguinte, pediu a desfiliação da legenda, encerrando a investigação interna. Mas as denúncias só aumentaram e começaram a atingir ouros políticos, agentes públicos e empresas.
Após a publicação de suspeitas de que a construtora Delta, maior recebedora de recursos do governo federal nos últimos três anos, faça parte do esquema de Cachoeira, a empresa anunciou a demissão de um funcionário e uma auditoria. O vazamento das conversas apontam encontros de Cachoeira também com os governadores Agnelo Queiroz (PT), do Distrito Federal, e Marconi Perillo (PSDB), de Goiás. Em 19 de abril, o Congresso criou a CPI mista do Cachoeira.
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