Aldo Rebelo diz que levará à Fifa ‘convicção’ de que estádios ficarão prontos
O ministro dos Esportes, Aldo Rebelo, reúne-se com representantes da Fifa, na Suíça, nesta terça-feira para tentar convencer os dirigentes da entidade máxima do futebol de que não haverá atrasos na construção dos estádios para a Copa das Confederações de 2013. Em Londres, onde esteve na segunda-feira, Rebelo disse à BBC Brasil que a prioridade […]
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O ministro dos Esportes, Aldo Rebelo, reúne-se com representantes da Fifa, na Suíça, nesta terça-feira para tentar convencer os dirigentes da entidade máxima do futebol de que não haverá atrasos na construção dos estádios para a Copa das Confederações de 2013.
Em Londres, onde esteve na segunda-feira, Rebelo disse à BBC Brasil que a prioridade da reunião é tranquilizar a Fifa sobre a construção de estádios. De acordo com o ministro, seu objetivo é apresentar um balanço sobre o estado atual dos preparativos para a Copa do Mundo de 2014.
“Vamos fazer [em Zurique] uma atualização das medidas que o governo tem adotado”, disse o ministro. “A visita é um convite da Fifa, porque eles precisam transmitir aos seus dirigentes a convicção de que as coisas estão indo, e que há um esforço para que tudo seja feito de acordo com o previsto, de acordo com as garantias que o governo ofereceu”, disse.
Há temores, entre os dirigentes da Fifa, de que alguns estádios – em especial, o Maracanã – não fiquem prontos em tempo para a realização do evento que antecede a Copa do Mundo de 2014, e que serve como preparativo para o Mundial.
“Há uma preocupação permanente da Fifa, e é natural que os estádios sejam o foco principal da atenção, pois são os equipamentos essenciais para o evento”, acrescentou Rebelo. “Vamos mostrar que os estádios estão com o cronograma compatível com o previsto, como foi definido. Não há atraso na construção dos estádios”, afirmou.
Segundo o ministro, seis estádios precisam ser concluídos até dezembro deste ano, em tempo para a Copa das Confederações de 2013, que será disputada em junho. Os outros oito devem ficar prontos até dezembro de 2013, em tempo para a Copa do Mundo.
Sobre o Maracanã, Rebelo disse não ter dúvida de que o estádio está entre os seis que serão concluídos até dezembro. Em seguida, no entanto, o ministro foi corrigido por sua assessora sobre a data prevista para a conclusão do estádio no Rio de Janeiro: fevereiro de 2013.
Bola da vez
Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Fortaleza, Salvador e Recife foram escolhidas como sedes para os jogos da Copa das Confederações.
Brasil e Fifa correram contra o tempo para tentar incluir São Paulo no torneio, mas atrasos na assinatura do contrato para construção do novo estádio do Corinthians impossibilitaram o cumprimento do cronograma.
Porto Alegre, que também estava nos planos iniciais da Fifa, também ficou de fora, devido a atrasos na assinatura do contrato de reforma do estádio Beira-Rio.
Agora teme-se que o Rio de Janeiro possa ser a “bola da vez”. No dia 20 de abril, a construtora Delta – que forma 30% do consórcio da reforma do Maracanã – deixou o projeto, depois que seus empresários foram citados na CPI que investiga as atividades do bicheiro Carlos Cachoeira. A Odebrecht e a Andrade Gutierrez, que formam 70% do consórcio, estariam tocando a obra sem a participação da Delta.
O Maracanã está sendo reformado desde agosto de 2010. Cerca de 5,2 mil operários trabalham em reformas amplas, que incluem mudanças na cobertura do estádio, áreas VIP, vestiários e arquibancadas. Até o mês passado, 45% das obras haviam sido concluídas, segundo o consórcio.
A relação entre Fifa, governo brasileiro e Comitê Organizador Local (COL) foi tensa nos últimos meses, após declarações do secretário-geral da entidade, Jerome Valcke, de que o Brasil precisaria de um “chute no traseiro” para agilizar as obras da Copa. Esta é a primeira reunião oficial com Valcke desde o episódio.
Recentemente as relações melhoraram, após um pedido de desculpas de Valcke. Além disso, a Câmara dos Deputados aprovou o texto da Lei Geral da Copa que suspende a proibição de venda de bebidas alcoólicas nos estádios brasileiros, como queria a Fifa. A proposta deve ser votada nesta semana no Senado.
Na entrevista à BBC Brasil, Aldo Rebelo minimizou as tensões entre Brasil e Fifa. Segundo o ministro, a relação “não piorou e nem melhorou” desde que assumiu o cargo, em outubro do ano passado.
O presidente da Fifa, Joseph Blatter, fará apenas uma abertura da reunião, que será conduzida por Valcke. Participam também o presidente do COL e da CBF, José Maria Marin, e os integrantes do comitê organizador, Ronaldo e Bebeto.
Assessoria britânica
Em sua passagem por Londres no último fim de semana, antes da reunião com a Fifa, o ministro dos Esportes visitou o Parque Olímpico dos Jogos de Londres 2012, na companhia do ministro britânico da Cultura, Jeremy Hunt.
Rebelo disse que Hunt concordou com um pedido feito pelo governo brasileiro para o envio ao Brasil de uma missão de pessoas que estiveram envolvidas com a preparação dos Jogos Olímpicos de Londres.
Os especialistas britânicos poderiam ajudar as autoridades brasileiras tanto na organização da Copa do Mundo de 2014 como na Olimpíada de 2016, no Rio de Janeiro.
“Como os ingleses estão organizando as Olimpíadas aqui com sucesso, pelo que vi na visita ao Parque Olímpico, seria importante que depois das Olimpíadas eles constituíssem uma missão para nos prestar assessoria e ajuda em todas as áreas de preparação das nossas Olimpíadas e da própria Copa”, afirmou Rebelo. “Eles concordaram e agora nós vamos examinar os detalhes.”
Os britânicos envolvidos no planejamento de Londres 2012 chegariam ao Brasil depois dos Jogos, que serão realizados em julho. Ainda falta definir o número de pessoas envolvidas e se a missão ficará baseada de forma contínua no Brasil até 2016 ou será dividida em diferentes etapas.
Rebelo disse que o governo quer a presença no Brasil de britânicos envolvidos nas áreas de segurança, telecomunicações, recepção, legado, mobilidade urbana e transporte.
“O Brasil vai tomar Londres como uma referência, mas essa referência não pode ser absoluta”, afirmou o ministro. “Precisa ser adaptada às condições do Brasil e aos critérios do COI diante das nossas opções. Eles conseguiram concentrar tudo em um lugar só, nós não vamos conseguir isso, mas acho que é uma experiência que nós precisamos levar em conta”, disse.
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