Informação da agência da ONU eleva suspeitas sobre fins do programa nuclear de Teerã

A AEIA (Agência Internacional de Energia Atômica) confirmou nesta segunda-feira, 9, que o Irã iniciou o enriquecimento de urânio a 20%, um nível que pode rapidamente ser melhorado para que o material seja usado na produção de armas nucleares. O processo, segundo o órgão, é realizado em complexos subterrâneos.

A confirmação da agência da ONU foi feita depois de fontes diplomáticas vazarem a informação de que o Irã mantém esse tipo de atividade nas centrífugas de Fordow, perto da cidade sagrada de Qom. O urânio enriquecido a 20% pode ser transformado em material para bombas atômicas com mais facilidade. A maior parte do urânio iraniano está enriquecidoa 3,5%.

“A AIEA confirma que o Irã iniciou a produção de urânio enriquecido a 20% na usina de enriquecimento de Fordow”, afirma o comunicado da agência. O Irã já conseguia enriquecer urânio a este nível desde fevereiro de 2010 em um outro complexo, dizendo que precisa do material para fazer funcionar um reator usado no tratamento de câncer.

Dois diplomatas informaram – sob condição de anonimato – que 348 máquinas operam em Fordow. As centrífugas pareciam ser de gerações antigas, como as usadas em complexos como Natanz, e não modelos novos e avançados. As informações foram obtidas durante inspeções de agentes da AIEA.

A confirmação eleva novas suspeitas do Ocidente de que o Irã mantém o programa nuclear para a fabricação de armas atômicas. Teerã, porém, nega e afirma que enriquece urânio para fins civis, embora não permita inspeções integrais da AIEA em suas instalações. O país já sofru quatro rodadas de sanções no Conselho de Segurança da ONU por causa do programa.