Adolescente que fugiu de conselho afirma sofrer agressões do padrasto e agora prefere a rua

A.J. fez fortes declarações relatando agressões que, segundo ele, eram praticadas rotineiramente por seu padrasto.

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A.J. fez fortes declarações relatando agressões que, segundo ele, eram praticadas rotineiramente por seu padrasto.

“Prefiro a rua, um abrigo, menos minha casa”. A declaração é do adolescente de 14 anos, A.J., que afirma ter fugido de casa depois de sofrer várias agressões físicas. Ele foi localizado perambulando na região do bairro Tiradentes, na manhã desta terça-feira, 15, por investigadores da 4ª DP e depois encaminhado ao Conselho Tutelar de onde fugiu sem ao menos ser ouvido.

Depois de ser encontrado pelos investigadores, foi constatado que a família havia registrado um boletim de ocorrência de desaparecimento. Se o caso fosse só este, conforme o delegado Devair Aparecido Francisco, ele seria simplesmente devolvido para a família. Como relatou ser vítima de violência foi encaminhado para a Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA). Depois foi levado ao conselho tutelar, mas pediu para beber água e aproveitou para fugir.

Em entrevista ao Programa televisivo o Povo na TV, do SBTMS, o adolescente descreveu uma rotina de agressões, segundo ele provocadas pelo padrasto que tem 24 anos. O garoto relata que o estopim foi num domingo quando a irmã do adolescente se jogou no chão por causa de um brinquedo.

“Ele brigava comigo igual um homem briga com outro: com soco, chutes. No domingo ele me deu um soco tão violento no estômago que cai e tive que pedir ajuda pra ele mesmo. Ele me grudou pelo braço, jogou no sofá e disse que ficar no chão não ia adiantar nada”, afirma A.J.

Ainda de acordo com o adolescente, o padrasto o colocava de castigo em pé de frente da parede. Ainda na versão de A.J., o conivente de sua mãe também o agredia enquanto ele dormia. “Ele dizia pra minha mãe que ia ao banheiro e aproveitava pra pisar nos meus braços, dava socos nas costas”, diz.

De acordo com a polícia, há registro de dois boletins de ocorrências contra o padrasto de A.j. Um deles de violência doméstica e outra de maus tratos contra o adolescente e seu irmão, que na época tinha cinco anos. Eles são filhos do ex marido da diarista de 31 anos que, segundo a polícia esteve no conselho tutelar e negou as atuais agressões contra o garoto de 14 anos.

A.J. confessa que antes de sair de casa usou maconha e durante os dias que perambulou pela capital chegou a usar crack. Questionado do por quê ele simplesmente responde que não sabe.

Dias na rua

O adolescente narra que nos dias que ficou pelas ruas procurou abrigo em um terreno baldio na região da antiga rodoviária de Campo Grande, no bairro Amambaí. Para comer contou com a solidariedade de uma dona de restaurante que dava almoço e de uma igreja que oferecia o jantar.

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