Acrissul debate na Câmara dos Deputados monopólio de frigoríficos

na Câmara dos Deputados

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

na Câmara dos Deputados

Nesta terça-feira (8), o presidente da Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul), Francisco Maia, reúne-se em Brasília com 40 deputados membros da Frente Parlamentar do Agronegócio, que serão oficialmente convidados a participar do encontro nacional do dia 14 em Campo Grande, quando será debatido o problema da concentração dos frigoríficos nas principais regiões produtoras do País.

O encontro será transmitido ao vivo pelo Novo Canal, emissora do SBA-Sistema Brasileiro do Agronegócio (www.sba1.com).

Às 10 horas da manhã Chico Maia fará uma palestra na Comissão de Agricultura e Pecuária da Câmara Federal, a convite dos deputados. Integra também o movimento nacional a Acrimat (Associação dos Criadores de Mato Grosso) e a UDR (União Democrática Ruralista).

A concentração da indústria hoje é algo tão preocupante que somente 8 frigoríficos respondem por 29,4% de todo o abate no País. Em Mato Grosso do Sul três frigoríficos respondem dos 70% dos abates.

Na semana passada o presidente da Acrissul apresentou durante a realização da Expozebu, em Uberaba, a maior feira agropecuária do País, os pontos nucleares do debate nacional que a entidade promove no dia 14 de maio em Campo Grande, envolvendo a questão da concentração da indústria frigorífica, que abastecida com recursos do BNDES caminha no sentido de estabelecer um monopólio nas regiões produtoras.

Da Acrimat (Associação dos Criadores de Mato Grosso), vem o presidente José João Bernardes e o diretor-executivo Luciano Vacari; da União Democrática Ruralista já confirmou presença o presidente Luiz Antônio Nabhan Garcia. Do Pará vem o presidente da Associação dos Exportadores de Boi em Pé, Gil Oliveira Reis. Toda a bancada federal de MS foi convidada, já estando confirmadas as presenças dos senadores Waldemir Moka e Delcídio do Amaral.

O tema da concentração dos frigoríficos foi inclusive explorado pelo presidente da ABCZ, Duda Biaggi, no seu discurso de abertura da Expozebu, na semana passada. Ainda durante a exposição, Chico Maia participou de um encontro entre membros da associação de criadores de zebu e alguns deputados federais de Goiás, quando então expôs o problema que vem ocorrendo em Mato Grosso do Sul e em todas as regiões produtoras de gado do País. Na oportunidade estavam presente os deputados federais Abelardo Lupion (Paraná) e Paulo Piau (Minas Gerais), que também confirmaram presença no debate.

Concorrência predatória

A preocupação dos produtores é com a concentração da indústria frigorífica nas mãos de poucos e, principalmente com as novas aquisições feitas por grandes grupos, que atacam a concorrência patrocinados por recursos públicos do BNDES, o que já vem causando desequilíbrio no mercado da pecuária, cuja relação entre criador e frigorífico sempre foi pautada pela confiança mútua. A intervenção do BNDES no mercado é nociva.

Na queda do último grande conglomerado, o banco era dono de 14% do investimento e teve de amargar um grande prejuízo. E os criadores sofreram um calote irreparável. Como o banco é público, o rombo sobrou na verdade para o bolso dos brasileiros.

“É preciso que saibamos nos posicionar em relação a este entrave que vem sendo desenhado pela concentração da indústria frigorífica. Se não agirmos unidos e com eficiência, poderemos nos tornar no futuro meros integrados, como já acontece na produção de suínos e aves”, compara Chico Maia. É um alerta que encontra respaldo em todas as análises de mercado.

Conteúdos relacionados