Acordo automotivo com México é positivo, diz Anfavea

A Anfavea, associação que representa fabricantes de veículos no país, informou que considera “positiva” a renegociação do acordo automotivo entre Brasil e México. O novo acordo prevê a adoção de um sistema de cotas de importação que terá duração de três anos. O México poderá exportar ao Brasil no máximo US$ 1,45 bilhão em carros […]

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A Anfavea, associação que representa fabricantes de veículos no país, informou que considera “positiva” a renegociação do acordo automotivo entre Brasil e México.

O novo acordo prevê a adoção de um sistema de cotas de importação que terá duração de três anos.

O México poderá exportar ao Brasil no máximo US$ 1,45 bilhão em carros de passeio neste ano. Em 2013, essa cota poderá ser de US$ 1,56 bilhão, e deve chegar a US$ 1,6 bilhão em 2014.

No ano passado, as exportações chegaram a US$ 2 bilhões, o que alarmou o o governo brasileiro, que passou a insistir na revisão do acordo, assinado por Mercosul e México em 2002. No ano da implementação, a exportação para o Brasil foi de só US$ 54,7 milhões.

Para a associação, ao assegurar a manutenção do acordo, os dois países estão “preservando o princípio do livre comércio no futuro”.

A Anfavea informa ainda que “a celebração de acordos internacionais de comércio no setor automotivo constitui-se em importante instrumento de promoção do comércio exterior do País, e reitera a necessidade da permanente evolução da competitividade das exportações brasileiras e do fortalecimento da indústria nacional”.

O novo acordo prevê também escalonamento do conteúdo nacional nos veículos comercializados entre os dois países, partindo de 30% no primeiro ano, 35% nos três anos seguintes e 40% no quinto ano.

Procuradas pela Folha, algumas montadoras preferiram não comentar ainda o acordo.

A Nissan, montadora japonesa que dobrou as vendas de veículos no primeiro bimestre do ano e subiu seis posições no ranking das marcas que mais emplacam no Brasil, informou que vai “continuar o diálogo com ambos os países para melhor compreender o total impacto deste último acordo em relação ao nosso negócio”. A empresa traz de fábricas mexicanas os modelos March, Versa, Sentra e Tiida.

A Honda, que traz do México o modelo CR-V, informou que “está acompanhando “o detalhamento da política de cotas para a importação de automóveis do México no âmbito da Anfavea e que aguardará o desfecho das negociações para se manifestar sobre o assunto.

Aumento das importações

Em janeiro e fevereiro, o Brasil importou 38,6 mil veículos do México, número 250% superior ao registrado no mesmo período do ano passado, segundo dados do Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio). Em valores, a alta é de 227%.

O governo brasileiro vinha ameaçando o México a romper o acordo automotivo por conta do aumento exagerado na entrada de veículos caso aquele país não aceitasse mudar as regras vigentes.

Pelo acordo entre os dois países, a venda de carros mexicanos para o Brasil não paga Imposto de Importação, além de estar livre do recente aumento de 30 pontos percentuais no IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) criado para proteger as montadoras instaladas aqui.

A disparada na venda de carros mexicanos para o Brasil ocorreu principalmente depois da retração das vendas nos EUA, o que fez o México direcionar suas vendas para outros países.

 

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