Segundo o catador e servente de pedreiro Ladislaque Nuves Chimenes, 32 anos, que mora ao lado da mãe do menino, o final de semana foi de muita tristeza e sem comemoração alguma

O churrasco rodeado de amigos e a família de Maikon Corrêa, a ser feito na Virada do Ano, teve de ser interrompido por conta do trágico soterramento no lixão que provocou a morte do garoto de nove anos.

Segundo o catador e servente de pedreiro Ladislaque Nuves Chimenes, 32 anos, que mora ao lado da mãe do menino, o final de semana foi de muita tristeza e sem comemoração alguma.

“Moro nos fundos da casa da “Tatá”, como Lucineide Côrrea, 39 anos, é chamada pelos amigos. Ela passou ontem o dia inteiro chorando, os amigos tentaram melhorar o clima, levaram churrasco para ela, mas não teve jeito. Ela tem mais quatro filhos e não deixa nenhum deles sair de casa. O pai do Maikon também nem apareceu mais lá desde a morte do menino”, afirma Chimenes.

Segundo Ladislaque, que possui um filho da mesma idade de Maikon, retornar ao lixão está sendo difícil para ele e todos os colegas que conheciam o garoto. “Trabalho aqui há dez anos e acho que isso foi a coisa mais triste que aconteceu. Tenho um filho da mesma idade e não o deixo nem passar pela guarita. Vou pegar o meu acerto de outro trabalho e depois vou procurar outro serviço como servente de pedreiro, mesmo que ganhe um pouco menos, não corro tanto risco de vida. Muitas pessoas continuam aqui porque recebem de R$ 40 a R$ 50 ao dia como eu, mas este é um local apenas de adultos”, frisa Chimenes.