‘Vítimas é que dão mole e a gente age’, diz especialista em furtos na Capital
Expert em furtar arrombando janelas de residências diz que maioria dos crimonosos que cometem este delito agem na oportunidade deixada pela vítima. Seus relatos servem de alerta para população
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Expert em furtar arrombando janelas de residências diz que maioria dos crimonosos que cometem este delito agem na oportunidade deixada pela vítima. Seus relatos servem de alerta para população
Carlos Alexandre Ferreira de Souza, 27 anos, o Pisquila, coleciona ao menos 22 furtos praticados em diferentes bairros de Campo Grande, em especial na região do Colúmbia e Aeroporto. Mas sua “sorte” acabou quando furtou uma residência no Jardim Itamaracá e acabou preso ainda com os objetos, no dia 21 de junho deste ano. Sua história pareceria como a de muitos outros dependentes químicos se não fosse a sinceridade em assumir delitos e dizer que sempre agiu na oportunidade oferecida pelas vítimas que “dão mole”.
Perito em furtar residências arrombando janelas, Carlos Alexandre está preso em uma das celas provisórias do 4º DP Moreninhas, onde conversou com a reportagem. Com três cumprimentos de sentenças nos presídios de Segurança Máxima, Instituto Penal e Presídio de Trânsito, o rapaz já vivenciou três rebeliões: duas na Máxima (2005 e 2006) e uma no Penal (em 2008). Dos crimes ele afirma não ter orgulho de narrar, mas afirma que as vítimas é que acabam facilitando a ação de grandes marginais ou de “menor grandeza” como ele acredita se enquadrar.
“As vítimas é que dão mole e a gente age”, diz explicando que no caso daqueles que furtam a oportunidade é que dá margem para o crime. Carlos Alexandre diz que nunca planejou, nos 13 anos de dependência química e furtos, uma ação criminosa. Sempre andou observando casas e se a janela estivesse aberta, sem grade e fosse fácil de arrombar ou abrir ali se fazia o ato.
Carlos Alexandre tem familiares que moram no Colúmbia, região onde fez delitos, mas não o visitam, o abandonaram. Com mãe morta em 2009 devido uma cirrose e dependência química e pai “desconhecido”, o rapaz insiste em dizer que praticou em toda sua vida dois delitos, um deles que o levou de volta para a cadeia. Mas segundo o delegado titular do 4º DP, Wellington Oliveira, a polícia conseguiu desvendar, até agora, 22 furtos; todos nos mesmos modus operandi: arrombamento de janelas e furtos de objetos.
Questionado do por que de nunca ter agido com comparsas, Carlos Alexandre é taxativo: “Sempre agi sozinho porque tenho medo de comparsa me assassinar na hora da partilha dos bens ou caguetar pra polícia depois”. O rapaz sustenta que nunca usou armas e que prefere furtos que assaltos porque no primeiro caso nunca precisou usar da violência para subtrair objetos.
Dicas
O modo de agir de Carlos Eduardo pode servir de alerta para os proprietários de residências. O delegado da Delegacia Especializada de roubos e furtos (Derf), Fábio Peró usa o depoimento do “especialista” para dar dicas. Uma delas é sempre observar se aos sair de casa fechou bem todas as portas e janelas. De preferência que o dono da casa opte por janelas reforçadas ou com grandes.
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