A Venezuela apresentou parte do pagamento referente a sua participação na construção conjunta com o Brasil da refinaria Abreu e Lima, que a Petrobras já iniciou no nordeste brasileiro, disse nesta sexta-feira o ministro venezuelano de Energia, Rafael Ramírez.

“Não há garantia mais sólida que o dinheiro vivo e ai está. Agora o BNDES (o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) precisa resolver os trâmites legais e vamos à refinaria”, disse Ramírez a jornalistas após uma reunião ministerial da Petrocaribe.

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, disse na noite de quinta-feira que seu governo fará em breve o aporte financeiro para a construção do complexo energético, após reunir-se em Caracas com a presidente do Brasil, Dilma Rousseff.

Os presidentes de Brasil e Venezuela revelaram na quinta-feira que acreditavam em um próximo acordo sobre a refinaria Abreu e Lima, que a Petrobras começou a construir em Pernambuco sem a parceria da PDVSA, por um problema financeiro.

“Estamos certos de que em breve haverá o aporte financeiro que falta para garantir nossa participação na refinaria”, disse Chávez em um encontro com Dilma em Caracas aberto à imprensa.

A Petrobras – que em 2007 iniciou os trabalhos sem a participação da petroleira venezuelana, PDVSA – deu na quarta-feira um prazo de 60 dias para que a Petróleos de Venezuela cumprisse com as garantias financeiras necessárias e confirmasse sua participação no projeto.

“É um dos desafios mais importantes e vamos concluir a construção da refinaria Abreu e Lima (…) É uma relação na qual os dois países ganham, na medida em que o Brasil vai importar 100 mil barris diários de petróleo” da Venezuela, destacou a presidente Dilma.

O projeto para construir a Abreu e Lima surgiu há mais de sete anos, após um acordo entre o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Chávez.

A Petrobras decidiu dar início às obras sem a participação da PDVSA porque a estatal venezuelana não realizou o aporte de recursos necessário para garantir sua participação de 40% no projeto.

Em setembro passado, a Petrobras informou ter negociado com a PDVSA um novo prazo, até 30 de novembro, para o pagamento e consequente participação da estatal na refinaria, após o vencimento de outro prazo, no final de agosto.

A Abreu e Lima exigiu um investimento inicial de 4 bilhões de dólares.

Dilma Rousseff chegou nesta quinta-feira a Caracas para a cúpula de criação da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac).