A luz da sala de estar da casa do uruguaio Leonardo Alonso, de 52 anos, estava apagada quando ele percebeu um vulto entrando pela porta. Com medo de – já que sua residência, num bairro de classe média alta de Montevidéu, tinha sido assaltado em outubro -, Alonso disparou um tiro. Ouviu um grito de dor e, ao acender a luz, ficou desesperado: havia atirado na própria filha, a jornalista Federica, de 24 anos.

O disparo foi fatal. Federica morreu na hora.

Foi justamente Federica quem, no último dia 30 de outubro, foi atacada e rendida por três bandidos, que depois amarraram o pai e o irmão, para então levarem pertences de casa.

O assalto deixou a família amendrontada com a violência na região. O irmão de Federica, que também se chama Leonardo, tentava organizar, por meio de sua conta no , um protesto em Montevidéu exigindo mais policiamento.

O pai, assustado, acabou comprando uma arma para se defender de ladrões.

Na noite de segunda, ele ouviu um barulho suspeito nos jardins de sua casa e preparou-se para se defender de outro assalto. Não era um novo ataque, embora a polícia tenha ouvido relatos de dois suspeitos rondando o quarteirão na mesma noite.

Quem entrou na casa de Alonso e acabou atingida por um tiro foi a filha Federica. Ela era noiva de Juan Pedro Peñarol, presidente do clube de futebol Peñarol.

Em depoimento à imprensa local – reproduzido pelo site americano de notícias Sky News – Gustavo Guidobono, diretor de uma associação local que luta pelo controlar o uso de armas, disse: “A tragédia mostra que armas devem ser usadas pela polícia, não por pessoas que não sabem manipulá-las.”

Alonso está internado num hospital, em estado de choque.