Um trabalhador da usina nuclear de Fukushima Daiichi morreu neste sábado, 14, após perder a consciência enquanto carregava materiais em um edifício da central, informou a agência japonesa Kyodo.

A Tokyo Electric Power Company (Tepco), operadora da usina, indicou que não foram encontrados resíduos de substâncias radioativas no corpo do homem, que não apresentava feridas aparentes.

O operário, que trabalhava com outro companheiro, perdeu a consciência uma hora depois de iniciar sua jornada de trabalho, às 6h locais (18h de sexta-feira pelo horário de Brasília), quando entrava em uma sala médica das instalações de Fukushima.

Esta é a primeira vez que morre um operário de Fukushima enquanto trabalha, já que os outros dois empregados mortos foram vítimas do terremoto e do posterior tsunami que atingiram a usina nuclear em 11 de março.

A Tepco já recebeu críticas pelas falhas nas medidas de segurança de alguns operários, que precisam trabalhar muitas vezes em um ambiente com alta concentração de radiação, assim como pelas condições nas quais vivem seus trabalhadores dentro da central.

Mais de 30 empregados de Fukushima foram expostos a altas concentrações de radiação enquanto realizavam suas tarefas diárias, alguns deles por não seguir medidas de proteção adequadas, enquanto 15 pessoas ficaram feridas nos primeiros dias da crise pelas explosões nas unidades 1 e 3.

A Tepco avança lentamente nas tarefas para estabilizar os reatores da usina, embora as medidas para resfriar as unidades e reduzir a contaminação tenham permitido na semana passada que os operários pudessem voltar a entrar no reator 1 pela primeira vez desde o início do acidente nuclear.

Novo terremoto

Um terremoto de 5,7 graus na escala Richter sacudiu a costa da província japonesa de Fukushima na manhã deste sábado, 14, sem danos na região nem nas duas usinas nucleares localizadas na área.

O terremoto ocorreu às 8h36 da hora local (20h36 de Brasília) e seu epicentro foi localizado em frente à costa de Fukushima, a uma profundidade de 30 quilômetros, sem que tenha gerado um alerta de tsunami, segundo informou a Agência Meteorológica do Japão.

O tremor foi sentido com uma intensidade de 4 na escala japonesa – com máximo de 7 – na cidade de Iwaki, e não causou problemas nas usinas nucleares de Fukushima Daiichi e Daini.

O terremoto foi sentido em Tóquio e na maior parte do nordeste japonês, mas com uma intensidade relativamente baixa.

A região é castigada por frequentes tremores desde 11 de março, quando o terremoto de 9 graus e o posterior tsunami devastaram a costa noroeste do Japão e provocaram o grave acidente na usina nuclear de Fukushima Daiichi.

Desde 11 de março, o Japão sofreu mais de 500 réplicas superiores a 5 graus na escala Richter, a maioria das quais gerou mais angústia entre a população do que danos.