Suposto esquema comandado por sul-mato-grossenses é desmantelado em Campinas
Aurélio Cance Jr (primeiro plano), ex-presidente da Sanesul, é irmão do superintendente da SGI no Governo Puccinelli, André Luiz Cance, e chegou de camburão à sede da Polícia Civil de São Paulo nesta sexta (20); logo atrás aparece o ex-prefeito de Corumbá Ricardo Cândia, também detido na operação
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Aurélio Cance Jr (primeiro plano), ex-presidente da Sanesul, é irmão do superintendente da SGI no Governo Puccinelli, André Luiz Cance, e chegou de camburão à sede da Polícia Civil de São Paulo nesta sexta (20); logo atrás aparece o ex-prefeito de Corumbá Ricardo Cândia, também detido na operação
Dois sul-mato-grossenses conhecidos no cenário político de MS, Aurélio Cance Júnior e Ricardo Cândia, foram parar na cadeia nesta madrugada de sexta-feira (20) em Campinas (SP) acusados de envolvimento num suposto esquema de fraudes.
Aurélio, ex-diretor presidente da Sanesul, é irmão do atual superintendente de Gestão da Informação do Governo Puccinelli, André Luiz Cance.
Além do irmão no alto escalão de André Puccinelli, Cance tem outros vínculos com o PMDB sul-mato-grossense. Foi vereador em Campo Grande pelo então MDB, no final dos anos 70, candidato em diversas eleições, e diretor da Sanesul.
Após ser diretor da Empresa de Saneamento de Mato Grosso do Sul, Aurélio Cance Júnior, era diretor técnico da Sanasa, uma espécie de ‘sanesul’ da prefeitura de Campinas. Ele chegou num camburão hoje na Corregedoria da Polícia Civil, no Centro de Campinas, e negou as acusações.
Cance está envolvido em contratos fraudulentos da Senasa – Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento de Campinas, segundo a Corregedoria da Policia Civil. Ricardo Chimirri Cândia é ex-prefeito de Corumbá. Na prisão, a polícia apreendeu R$ 30 mil no porta-malas do carro dele
Os dois supostamente fazem parte da chamada “Republica de Mato Grosso”, como a imprensa de Campinas chamou o grupo de sul-mato-grossenses investigados na prefeitura do município paulista.
A administração de Hélio de Oliveira Santos (PDT), que é corumbaense, colocou alguns cargos da prefeitura de Campinas nas mãos da turma da “Republica”: Francisco de Lagos, Clodoaldo Marques (irmão do ex-secretário de Governo Raufi Marques), Luis Landes da Silva Pereira, Ricardo Cândia, Ermélio Silva e Aurélio Cance Junior.
Francisco de Lagos, que foi secretário de Cultura em Campo Grande, na gestão de Lúdio Coelho e presidente da Fundesporte no governo Pedro Pedrossian, exercia o cargo de secretário de Comunicação em Campinas. Ele é tido como foragido.
A Prefeitura de Campinas disse que não vai se pronunciar sobre o caso por enquanto.
Presos até agora
Ricardo Chimirri Cândia (Ex-diretor de Planejamento da Prefeitura)
Gregório Wanderley Cerveira (Empresário)
João Thomaz Pereira Jr. (Empresário)
João Carlos Gutierrez (Empresário)
Alfredo Ferreira Antunes (Empresário)
Augusto Ribeiro Antunes (Empresário)
Marcelo Figueiredo (Empresário)
Luiz Arnaldo Pereira Mayer (Empresário)
Pedro Luiz Ibrahin Hallack (Empresário)
Valdir Carlos Boscato (Empresário)
Dalton dos Santos Avancini (Empresário)
Considerados foragidos
Demétrio Vilagra (Vice-prefeito de Campinas)
Carlos Henrique Pinto (Secretário de Segurança de Campinas)
Francisco de Lagos (Secretário de Comunicação de Campinas)
Ivan Goretti de Deus (Promotor de Eventos)
Maurício de Paulo Manduca (Lobista)
Emerson Geraldo de Oliveira (Lobista)
José Carlos Cepera (Empresário)
Gabriel Ibrahin Gutierrez (Empresário)
Cronograma do caso
17 de setembro de 2010 – O Gaeco e a Corregedoria da Polícia Civil desmontam um esquema de fraudes em licitação. Oito pessoas foram presas entre elas o empresário paulistano José Carlos Cepera e os lobistas campineiros, Maurício de Paulo Manduca e Emerson Geraldo de Oliveira. O esquema atingiu 11 prefeituras, incluindo a Sanasa em Campinas. As apurações apontaram um prejuízo de R$ 615,7 milhões.
23 de setembro de 2010 – Um computador do prédio do Ministério Público que continha informações sobre as investigações de fraudes nas licitações é furtado durante a madrugada.
30 de setembro de 2010 – A primeira análise feita pelas sindicâncias abertas pela Prefeitura para investigar o caso não apontam irregularidades.
18 de outubro de 2010 – A sindicância aberta pela Sanasa também não identificou irregularidades nos contratos com as empresas de Cepera.
19 de outubro de 2010 – A Sanasa contrata por R$ 360 mil o escritório de advocacia Oliveira Lima, Hungria Dall’Acqua & Furrier para defender a empresa. Oliveira Lima já atuou como advogado do ex-minitros da Casa Civil, José Dirceu e do médico Roger Abdelmassih.
28 de outubro de 2010 – O presidente da Sanasa Lauro Péricles Gonçalves presta depoimento na CPI. O diretor técnico da empresa, Aurélio Cance Júnior, esteve no depoimento e afirmou que a Sanasa não iria romper os contratos com as empresas denunciadas e abriria novos processo de licitação ao término das prestações de serviço. Cance afirma conhecer Cepera.
08 de dezembro de 2010 – Um policial federal envolvido nas investigações de fraudes em licitações é encontrado morto em Campinas. A Corregedoria da Polícia passa a investigar a morte do policial que era chefe do departamento de inteligencia da PF.
04 de janeiro de 2011 – A Sanasa prorroga o contrato com a Pluriserv, uma das empresas denunciadas. O aditamento no valor de R$ 500 mil para o serviço de segurança foi prolongado por um mês.
18 de janeiro de 2011 – O juiz da 3ª Vara Criminal de Campinas acata a ação de peculato proposta pelo MP pela contratação do advogado Oliveira Lima.
24 de janeiro de 2011 – A CPI da Sanasa na Câmara é encerrada e os vereadores não encontram irregularidades.
19 de abril de 2011 – O MP passa a investigar as empresas da família do ex-diretor de Planejamento da Prefeitura, Ricardo Chimirri Cândia. O empresário possui 19 terrenos alugados para a instalação de telefonia celular.
20 de abril de 2011 – A oposição na Câmara Municipal de Campinas articula a criação de uma nova Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as mais recentes denúncias de supostas fraudes nos contratos da Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento S.A. (Sanasa).
22 de abril de 2011 – O Ministério Público (MP) em Campinas ouve o lobista Maurício de Paulo Manduca no processo que investiga supostas fraudes em sete contratos da Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento (Sanasa). Manduca foi apontado como um intermediador num esquema de fraudes e direcionamento em contratos públicos e lavagem de dinheiro, operado por seis empresas do empresário paulistano, José Carlos Cepera. O lobista chegou a ser preso em setembro do ano passado, quando o caso veio à tona, mas conseguiu na Justiça o direito de responder o processo em liberdade.
25 de abril de 2011 – Numa tentativa de livrar o Executivo de mais desgastes na Câmara, os vereadores da base governista partiram para a coleta de assinaturas de uma nova Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). Desta vez, a Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento (Sanasa), sai de foco para dar lugar as antenas de telefonia celular. A CPI das antenas segundo o líder de governo, Francisco Sellin, pode reforçar o trabalho de investigação que teve início dentro da Prefeitura.
06 de maio de 2011 – A Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento S.A (Sanasa) terá que submeter à análise e aprovação da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), em 90 dias, um plano de recuperação ambiental da área de proteção permanente (APP) do Córrego Boa Vista, no distrito de Aparecidinha, sob pena de multa diária de R$ 2 mil. Naquele local, caminhões da empresa foram flagrados, no ano passado, fazendo o depósito irregular de resíduos.
06 de maio de 2011 – O proprietário da Miami Store José Carlos Said Diaz negou conhecer o ex-diretor de Planejamento de Campinas Ricardo Chimirri Cândia, após prestar depoimento no Ministério Público (MP). O empresário rebateu também que mantenha qualquer contato com o primeiro escalão do governo Hélio de Oliveira Santos (PDT). Diaz foi ouvido no processo que apura supostas fraudes em contratos da Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento (Sanasa) e também de envolvimento de dirigentes públicos em irregularidades. O promotor de eventos Ivan Goretti de Deus também prestou esclarecimentos ontem à promotoria.
06 de maio de 2011 – Como se já não bastassem as investigações do Caso Sanasa, que envolvem o primeiro escalão da Prefeitura de Campinas, agora o prefeito Hélio de Oliveira Santos (PDT) será notificado, a pedido da Promotoria de Justiça de Habitação e Urbanismo de Campinas, sobre ofício contendo “recomendações” a respeito de “parcelamentos de solo realizados irregularmente” envolvendo empreendimentos do Programa Minha Casa, Minha Vida, segundo informa a assessoria de imprensa do MP. O pedido de notificação já foi deferido pela 1ª Vara da Fazenda Pública de Campinas, ainda de acordo com o MP.
07 de maio de 2011 – O prefeito de Campinas, Hélio de Oliveira Santos (PDT), tenta obter no Tribunal de Justiça (TJ) do Estado de São Paulo um habeas corpus para evitar que as investigações do Ministério Público (MP) relacionadas à Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento S.A. (Sanasa) tenham qualquer consequência contra ele e a primeira-dama e secretária chefe de Gabinete, Rosely Nassim Jorge Santos.
20 de maio de 2011 – O vice-prefeito de Campinas, Demétrio Vilagra, e os secretários de Segurança, Carlos Henrique Pinto, e de Comunicação, Francisco de Lagos, estão sendo procurados pela Polícia Civil em Campinas. Eles fazem parte da lista de 20 mandados de prisão relacionados ao Caso Sanasa. A informação é do delegado da Corregedoria da Polícia Civil Roveraldo Bataglini, que integra a operação deflagrada pelo Ministério Público na madrugada desta sexta-feira (20). Na lista estão dirigentes públicos, secretários municipais, empresários e lobistas.
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