Sul do Sudão vai às urnas pela independência

Milhares de eleitores começaram a votar no referendo sobre a emancipação do sul do Sudão que acontece a partir deste domingo até o dia 15 de janeiro. A expectativa é de que a região confirme a separação do norte, criando o mais novo país. Um dos primeiros a voltar foi o líder sul-sudanês Salva Kir. […]

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Milhares de eleitores começaram a votar no referendo sobre a emancipação do sul do Sudão que acontece a partir deste domingo até o dia 15 de janeiro.

A expectativa é de que a região confirme a separação do norte, criando o mais novo país. Um dos primeiros a voltar foi o líder sul-sudanês Salva Kir.

“Este é um momento histórico, aguardado pelo povo do sul do Sudão”, afirmou, em meio às comemorações.

A votação faz parte do acordo que terminou a guerra civil entre o norte e o sul depois de duas décadas, em 2005.

Emoção

Para muitos, o voto foi um momento emocionante.

“Meu voto é pela minha mãe e pelo meu pai, meus irmãos e irmãs assassinados na guerra”, afirmou Abraham Parnyang pouco antes de votar em Juba, a capital sulista.

“Também voto pelos meus futuros filhos, se Deus quiser, para que possam crescer em um Sudão do Sul que seja livre e pacífico.”

Os líderes do norte do país, de maioria muçulmana, prometeram respeitar o resultado do referendo, que pode criar um país de maioria cristã ou de religiões tradicionais.

No entanto, no sábado, o presidente Omar al-Bashir advertiu sobre o risco de instabilidade no “novo” país.

‘Árabes vão embora’

O eleitor Mawien Mabut, um soldado, afirmou ter visto “a guerra por dentro” e disse que é preciso “parar a guerra agora”.

Ele acrescentou ainda estar feliz “porque os árabes vão embora”.

O sul do Sudão tem altos níveis de analfabetismo, por isso, as cédulas eleitorais apresentam a escolha entre dosi símbolos: uma mão para a independência e duas mãos dadas pela manutenção do Sudão unificado.

No sábado, o líder Kir disse que o referendo “não marca o fim da jornada, mas sim o início de uma nova”.

Ataque rebelde

Em discurso ao lado do senador americano John Kerry, que participou de reuniões com ambos os lados para evitar problemas no processo eleitoral, Kir pediu “paciência” aos eleitores, caso não conseguissem votar logo no primeiro dia.

Observadores afirmaram neste domingo que o processo eleitoral parece estar transcorrendo tranquilamente e com boa organização.

No entanto, um grupo de rebeldes atacou militares sul sudaneses no sábado no Estado de Unity, rico em petróleo.

Um porta-voz militar afirmou que quatro rebeldes morreram.

A ONU confirmou ter recebido relatos de ataques na região, mas não soube informar detalhes sobre as mortes.

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