Soldado bombeiro da Capital tem tios e primos soterrados na tragédia do Rio de Janeiro

Kleiton Borba, que atua na assessoria de imprensa do Corpo de Bombeiros, perdeu cinco parentes que moravam em Nova Friburgo; corpos ainda não foram localizados

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Kleiton Borba, que atua na assessoria de imprensa do Corpo de Bombeiros, perdeu cinco parentes que moravam em Nova Friburgo; corpos ainda não foram localizados

Familiares do soldado bombeiro Kleiton Borba, que trabalha na assessoria de imprensa da corporação, em Campo Grande, morreram soterrados na madrugada do dia 12 de janeiro, depois que uma encosta deslizou e soterrou a casa onde estavam. A residência ficava em Nova Friburgo, Rio de Janeiro.

Segundo informações repassadas por Borba, estava na casa sua tia-avó Helena Mascarenhas, o esposo dela; Ismaelita que é filha de Helena e os netos de Helena, Gustavo e Guilherme.

Helena Mascarenhas falava ao telefone com um filho que mora em outro bairro sobre a ideia que tiveram de sair da casa porque “sinalizava desabar”. “Ele falava com ela e de repente a ligação caiu. A gente acredita que foi neste momento que aconteceu o soterramento”, afirma Borba.

Os corpos dos familiares do soldado Borba ainda não foram localizados. Isto só será possivel quando o terreno secar um pouco e descartar o risco para o pessoal de resgate.

Borba relatou à reportagem que tem outros familiares no Rio de Janeiro, porém em localidades menos afetadas. São duas irmãs em São Gonçalo e a mãe em Macaé.

Ao saber da tragédia que vitimou sua família, Borba ficou bastante abalado, inclusive sentiu-se mal, febre e passou por consultas médicas em uma clínica particular especializada no trato do coração. “Está tudo bem”, finaliza.

Tragédia

O drama que assola a região serrana do Rio já está entre os dez piores deslizamentos do mundo nos últimos 111 anos.

O número de vítimas do desastre ultrapassou o de uma tragédia na China que até então ocupava a décima posição no ranking da ONU – ainda não atualizado. Além disso, o deslizamento desta semana já é o segundo maior do mundo no último ano e o terceiro maior da década.

O evento também é o pior deslizamento de toda a história do Brasil. Ele superou em número de vítimas o registrado em 1967, em Caraguatatuba, quando 436 pessoas morreram. A tragédia desta semana é a segunda pior catástrofe climática do País – também em 1967, uma enchente no Rio matou 785 pessoas. No topo da lista está uma epidemia de meningite de 1974 em São Paulo, ainda contabilizada pela ONU como o maior desastre natural do País.

Últimos 12 meses. Em um ano, o desastre fluminense também já entra para os registros da ONU, superado apenas por um incidente em agosto de 2010 na China, com 1,7 mil mortos. Na década, apenas dois deslizamentos de terra foram mais mortais que o do Estado do Rio desta semana. Além do que ocorreu no ano passado na China, as Filipinas registraram um desastre desse tipo em 2006, que deixou 1.126 mortos. (Com informações do Estadão).

Matéria editada às 09h09 minutos do dia 15/01 para acréscimo de informações

 

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