Sobrinho de Beira-Mar suspeito de sequestrar ônibus é solto

Foi solto no final da manhã deste sábado Jean Junior da Costa Oliveira, sobrinho de Fernandinho Beira-Mar e suposto participante do sequestro a um ônibus da viação Jurema, na avenida Presidente Vargas, centro da cidade, na última terça-feira. Jean estava preso no presídio Ary Franco, em Água Santa, subúrbio da cidade, e teve o relaxamento […]

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

Foi solto no final da manhã deste sábado Jean Junior da Costa Oliveira, sobrinho de Fernandinho Beira-Mar e suposto participante do sequestro a um ônibus da viação Jurema, na avenida Presidente Vargas, centro da cidade, na última terça-feira. Jean estava preso no presídio Ary Franco, em Água Santa, subúrbio da cidade, e teve o relaxamento de prisão decretado pela Justiça do Rio na noite de sexta-feira.

Segundo a juíza responsável pelo caso, além de Jean não ter sido preso em flagrante, pois não foi perseguido após supostamente fugir, não há indícios suficientes de autoria, uma vez que somente o policial militar Alexandro Luiz da Silva, que entrou no ônibus após a denúncia do motorista, o reconheceu. A magistrada também ordenou a prisão preventiva de Renato da Costa Junior, Bruno Silva de Lima e Clerivan da Silva Mesquita, acusados de assaltar e fazer reféns os passageiros do coletivo.

Renato e Bruno foram presos em flagrante após os reféns terem sido libertados. Segundo a juíza, os acusados devem continuar presos para garantir a ordem pública e o bom andamento das investigações. Quanto a Clerivan, a magistrada destaca que há indícios suficientes de autoria, pois o acusado foi reconhecido por um dos reféns e pela dona do carro que ele teria usado para fugir do local do crime.

O sequestro

Quando o ônibus que seguia da Praça XV para Duque de Caxias parou, os criminosos entraram e pagaram a passagem sem esperar o troco. O motorista desconfiou, fez sinal para dois policiais e aproveitou para fugir.

Cerca de 50 agentes da PM, do Batalhão de Policiamento de Choque e do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) foram acionados para o local. Após duas tentativas de fuga, os pneus do coletivo foram furados. Com o ônibus parado, policiais armados com fuzis e pistolas se posicionaram do outro lado da pista. Houve intenso tiroteio. Peritos dizem que houve mais de 10 perfurações no veículo.

Após 35 minutos de negociação, dois criminosos foram capturados e identificados como Renato da Costa Júnior, 21 anos, e Bruno Silva Lima, 19 anos. O terceiro preso, que saltou do veículo com uma refém e depois fugiu, foi identificado como Jean Júnior da Costa Oliveira. Apontado como sobrinho do traficante Fernandinho Beira-Mar, Jean foi capturado quando deu entrada em um hospital particular. Um quarto bandido foi identificado por fotos do banco de dados da Polícia Civil como Clerivan da Silva Mesquita e tem um mandado de prisão preventiva expedido contra si.

Cinco pessoas foram feridas. O caso mais grave é o de Liza Monica Pereira, baleada no tórax e em estado grave, com fraturas na costela e na clavícula e uma contusão no pulmão. Ela está no Centro de Terapia Intensiva do hospital Souza Aguiar, sem previsão de alta. Três outras vítimas foram atendidas no hospital. O policial Marco Antônio Blanco também ficou ferido. Atingido na perna, ele segue internado no Hospital Central da Polícia Militar.

O secretário estadual de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, assumiu que houve erro de abordagem dos policiais no caso, mas destacou a negociação que aconteceu em seguida como bem sucedida. Para o comandante da Polícia Militar, coronel Mário Sérgio Duarte, os policiais militares quebraram o protocolo ao atirar contra o veículo com reféns, apesar de o fato ter permitido que o ônibus fosse interceptado pela polícia.

Os dois policiais que confessaram ter atirado contra o ônibus foram indiciados por lesão corporal, informou a delegada-adjunta da 6ª DP (Cidade Nova), Sânia Cardoso. Ainda segundo a delegada, caso alguma das pessoas atingidas morra, ambos podem ser indiciados por homicídio culposo. Os nomes dos agentes não foram divulgados.

Conteúdos relacionados