Situação no Haiti está mal um ano após terremoto; tropas de MS estão no país há 4 meses

Afirmação é do embaixador do Haiti no Brasil, Idalbert Pierre-Jean. Burocracia emperra liberação de ajuda financeira internacional, e ainda há 1,5 milhão de pessoas desabrigadas. Depois dos tremores, é a epidemia de cólera que assola o povo haitiano

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Afirmação é do embaixador do Haiti no Brasil, Idalbert Pierre-Jean. Burocracia emperra liberação de ajuda financeira internacional, e ainda há 1,5 milhão de pessoas desabrigadas. Depois dos tremores, é a epidemia de cólera que assola o povo haitiano

Um ano depois do pior terremoto da história do Haiti, o país está longe do ideal. A conclusão é do embaixador do Haiti no Brasil, Idalbert Pierre-Jean. O diplomata afirmou que as dificuldades derivam principalmente da burocracia, que impede o desbloqueio dos recursos doados pela comunidade internacional.

“Acho que dificilmente o governo brasileiro pode fazer mais do que já fez. Mas diante do que ocorre no Haiti, mantenho o pedido para que a ajuda ao povo haitiano continue. O Haiti é um país pobre que hoje depende da ajuda internacional”, disse.

De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), de US$ 1 bilhão previsto para ser repassado ao país, apenas 72% foram repassados, registrando déficit de US$ 400 milhões. As estimativas indicam que há promessas de repasses de  US$ 3 bilhões, que serão investidos em projetos de várias áreas.

Comoção mundial

Há exatamente um ano, um terremoto de 7,3 graus na escala Richter atingiu, por volta das 16h30 a maior parte do Haiti. Houve ainda dois tremores secundários, de 5,9 e 5,5 graus, depois do primeiro terremoto.

Como saldo da destruição, cerca de 220 mil pessoas morreram e 1,5 milhão ficaram desabrigados. No terremoto morreram a médica Zilda Arns, fundadora da Pastoral da Criança, e 18 militares brasileiros.

O terremoto no Haiti gerou comoção mundial e reações por parte da comunidade internacional. Mas depois de um ano, ainda há 1 milhão de pessoas em alojamentos improvisados. A epidemia de cólera agrava a situação de alerta, pois foi responsável pela morte de 3.481 pessoas e o registro de 157 mil casos de contaminação.

A ONU informou que apenas 19% da população no Haiti têm acesso à água e ao saneamento básico. Faltam comida e emprego, e a estrutura básica do país está em ruínas: prédios destruídos e muito lixo pelas ruas. Más condições de higiene que agravam as epidemias.

O Brasil no Haiti

No dia 2 de janeiro, o 2º Batalhão de Infantaria de Força de Paz (Brabatt 2), integrado por tropas do Comando Militar do Oeste e do Comando Militar do Planalto, completou o quarto mês em operações no Haiti. Centenas de miliares de Mato Grosso do Sul foram enviados para atuar em solo estrangeiro.

O exército trabalha principalmente no controle de distúrbios civis em bairros da capital haitiana, prevenção ao cólera, parceria com ONGs e entidades internacionais de assistência, além de ajudar na reconstrução do país.

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