Mato Grosso do Sul já possui 500 mil hectares destinados ao cultivo da seringueira, ainda que 5,5 milhões de metros cúbicos de madeira sejam suficientes para produzir 1,3 milhões de toneladas de celulose, atendendo apenas a demanda da empresa Fibria, instalada no município de . Analisando as possibilidades de expansão do Estado, o Showtec 2012 organizou para o dia 27 de janeiro o giro tecnológico destinado ao plantio de florestas em MS.

Serão três palestras de encerramento do Showtec 2012, variando os conteúdos entre eucalipto, seringueira e planejamento de florestas plantadas para uso múltiplo, exibindo as perspectivas do setor florestal, orientações de manejo, mercado, produção e consumo.

“A siderurgia necessita de madeira para produzir carvão e os secadores também necessitam para secar os grãos que são colhidos a cada safra agrícola, além de todas as caldeiras de laticínios, frigoríficos, padarias, pizzarias e tantos outros estabelecimentos comerciais que se utilizam da madeira”, alega Benedito Mário Lázaro, palestrante do Showtec 2012, ao informar os interesses econômicos e necessidades do Estado em expandir o cultivo de seringueira, que vão além da consolidação do arranjo produtivo local em Ribas do Rio Pardo.

Para o heveicultor o custo da produção fica em torno de 4 a 5 mil reais por hectare, até o ponto de corte que dura sete anos. O retorno, dependendo da finalidade do plantio, pode ser de sete até quinze anos, e sua lucratividade pode ser dependente da distância que se está do centro de consumo, e das práticas culturais adotadas, dos equipamentos utilizados na propriedade e outros aspectos. Mesmo tendo de levar todos esses aspectos em consideração, a seringueira ocasiona uma média de lucro de R$ 900,00 a R$ 1.300,00 reais por hectare/ano.

O Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste – FCO, e o programa do governo federal ABC, são algumas das possibilidades de incentivos que o produtor interessado na heveicultura pode recorrer. Mas antes da busca pelo fundo, também é necessária a verificação do raio econômico, a localização da propriedade rural, a finalidade do plantio e outros dados que podem influenciar na rentabilidade e qualidade do produto.

A seringueira deve ocupar até 2025 a área de 1 milhão de hectares plantados com florestas no Mato Grosso do Sul, o que proporcionará mais de 100 mil novos postos de trabalho, dando oportunidade aos atuais desempregados, à especialização de quem está no mercado, e outras gerações que desenvolverão a economia do Estado.

Além das vantagens econômicas do plantio florestal, especificamente a seringueira, Benedito Mário ressalta as vantagens do cultivo nas áreas improdutivas de MS. “No aspecto ambiental iremos recuperar o nosso patrimônio que é o solo desta região leste do Estado, que tem poucas alternativas de outras culturas, como a soja e a cana. Com o plantio da seringueira estaremos fazendo a cobertura deste solo que é frágil, e que poderá aumentar seu teor de matéria orgânica e fazer a sustentabilidade destas áreas”, afirma o palestrante.

Para Benedito Mário o planejamento é a ação mais importante, pois através dele que se define a finalidade do plantio, e assim passam a definir as espécies a serem plantadas, o manejo a ser adotado, saber as práticas culturais utilizadas e o mercado que será destinado a madeira. “Se possível, deve-se fazer contato os consumidores da madeira antes mesmo de plantar, e assim tomar todos os cuidados para que os riscos sejam minimizados. Mas os cuidados com formiga e fogo não devem cessar nunca”, enfatiza o especialista que também é palestrante do Mais Floresta, programa desenvolvido pelo O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar/MS.