Secretaria de Saúde do DF considera atípicas mortes causadas por bactéria comum

A Secretaria de Saúde do Distrito Federal (DF) investiga as causas da morte de três pessoas em decorrência da bactéria Streptococcus pyogenes, considerada comum. Estima-se que entre 5% e 15% da população tenham a bactéria nas vias respiratórias, como a garganta, e na pele. No entanto, elas não provocam doenças e situações grave são raras. […]

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A Secretaria de Saúde do Distrito Federal (DF) investiga as causas da morte de três pessoas em decorrência da bactéria Streptococcus pyogenes, considerada comum. Estima-se que entre 5% e 15% da população tenham a bactéria nas vias respiratórias, como a garganta, e na pele. No entanto, elas não provocam doenças e situações grave são raras. As autoridades descartam um surto da bactéria, mas querem saber por que ela foi tão agressiva nesses casos.
Entre agosto e o início deste mês, duas crianças de 10 anos – uma delas aluna do Colégio Marista de Brasília – e uma mulher de 38 anos morreram em consequência da bactéria. Os casos são considerados atípicos porque os pacientes apresentaram quadro grave em menos de 12 horas e morreram em até 24 horas após a internação. Além disso, eles eram saudáveis.
Amostras de tecidos e órgãos das vítimas serão analisados pelo Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, para saber os motivos da bactéria ter se manifestado de forma tão agressiva. “É uma bactéria banal. Não sabemos como foram contaminados. Não sabemos qual foi a porta de entrada”, disse o secretário de Saúde do DF, Rafael Barbosa.
A diretora de Vigilância Epidemiológica do DF, Sônia Geraldis, descarta um surto da bactéria. As três vítimas, assinalou, moravam em bairros diferentes do Distrito Federal e não tiveram contato entre si. Segundo ela, a população não deve ficar em pânico. “Não é um alerta para a população, mas para quem atende na ponta [profissional de saúde] ter um olhar diferente.”
O diretor de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch, disse ser pouco provável que as mortes tenham sido causadas por uma mutação da Streptococcus. Segundo ele, casos como os registrados no DF são raros, porém não são inusitados. “Isso acontece em hospitais no mundo inteiro e não configura uma situação diferente, ou seja, uma bactéria nova que mereça medidas de saúde diferentes.”
De acordo com a Secretaria de Saúde, a orientação é que somente a família e colegas mais próximos da aluna do Colégio Marista, que morreu na última terça-feira (4), sejam medicados com penicilina, medida (profilaxia) para barrar novos casos.
A direção da escola orientou os pais a procurar serviço médico se os filhos apresentarem sintomas como febre, falta de ar, lesões na pele, diarreia, vômito ou dores de cabeça e musculares.
A Streptococcus pyogenes provoca doenças no sistema respiratório e inflamações na pele, como faringite e amidalite. É tratada com antibióticos. Uma das medidas de prevenção é lavar as mãos com água e sabão com frequência.
A Secretaria de Saúde do DF vai avaliar duas mortes causadas por outro tipo de Streptococcus para identificar se há semelhança com os casos recentes.

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