A saúde na Europa está sofrendo, com 80 mil casos de infecção por tuberculose ao ano e sérios problemas com sarampo, infecções por HIV e a ameaça da ‘superbactéria’, revelou nesta quinta-feira um relatório anual sobre a situação da saúde na região.

O Centro Europeu para o Controle e Prevenção de Doenças, que monitora as doenças na União Europeia, disse que seu relatório de 2011 dá ‘sinais preocupantes’ de epidemias de sarampo e demonstra que o vírus da imunodeficiência humana que causa a Aids segue sendo transmitido em todos os países.

Contudo, a maior preocupação de saúde pública na UE é a ameaça da resistência aos antibióticos e o aumento das infecções de ‘superbactérias’, ou resistência a vários medicamentos, segundo o relatório.

‘A maior ameaça que enfrentamos é a complacência sobre as doenças infecciosas. A atitude de que a batalha contra as doenças infecciosas foi vencida deve ser continuamente questionada’, disse Marc Sprenger, diretor do centro, sediado em Estocolmo.

‘Esse estudo oferece muitas evidências de que os micróbios ainda são inimigos formidáveis’, acrescentou no prólogo do relatório.

A publicação anual do centro pretende oferecer um panorama do estado das doenças infecciosas na Europa para que os responsáveis pela saúde pública possam decidir as prioridades e ações para melhorar a saúde.

O relatório de 2011 se baseia em dados de 2009 e 2010, uma vez que a coleta e análise dos números das doenças levam tempo, mas autoridades disseram que o panorama apresentado é de poucas mudanças. Em todo caso, parece que as coisas pioraram.

Os ‘sinais preocupantes’ sobre o sarampo na Europa apontados em 2009 se converteram em epidemias da doença em muitos países europeus, com mais de 30 mil casos registrados em toda a região até agora neste ano.

E a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou em setembro que neste ano as cepas multirresistentes aos medicamentos e extensivamente a tuberculose resistente aos remédios estão se espalhando de maneira ‘alarmante’ na Europa e causarão a morte de milhares de pessoas a menos que as autoridades ajam rapidamente.

O relatório desta quinta-feira também identificou várias doenças emergentes na Europa que, segundo o centro, poderiam ameaçar a saúde pública.

Há indícios de que o vírus do Nilo Ocidental poderia ter se estabelecido em partes do sudeste da Europa e foram registrados casos localmente que antes eram considerados de importação, como malária e dengue.