Santos e Inter, sem nenhuma inspiração, ficam no 1 a 1
Um jogo sem emoção, com jogadas previsíveis, times sem nenhuma inspiração. Uma ou outra jogada mais lúcida, como nos lances dos dois gols, e só. Santos e Internacional estrearam no Brasileirão 2011 de forma enfadonha. O Peixe, sem nenhum titular em campo, atuou como se fosse visitante, aguardando algum vacilo vermelho para tentar surpreender. Os […]
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Um jogo sem emoção, com jogadas previsíveis, times sem nenhuma inspiração. Uma ou outra jogada mais lúcida, como nos lances dos dois gols, e só. Santos e Internacional estrearam no Brasileirão 2011 de forma enfadonha. O Peixe, sem nenhum titular em campo, atuou como se fosse visitante, aguardando algum vacilo vermelho para tentar surpreender. Os visitantes, por sua vez, tinham a bola, estiveram melhores distribuídos em campo, mas não conseguiram superar o expressinho santista. Resultado: um 1 a 1 sem muita graça. O Peixe, ao menos, conseguiu manter a escrita: jamais perdeu para gaúchos, na Vila, em Campeonatos Brasileiros.
O Santos entrou em campo com um time tão reserva que nem Muricy Ramalho estave no banco. Gripado, ele não foi à Vila Belmiro comandar o expressinho que armou para poupar os titulares, guardados para as semifinais da Taça Libertadores. O auxiliar Marcelo Martelotte ficou à beira do campo. O Inter, não. Fora da competição continental – foi eliminado nas oitavas de final – o Colorado mandou a campo o melhor time possível. D’Alessandro, Andrezinho e Nei, machucados, não puderam estar na Vila Belmiro. O restante da equipe é a mesmo que o torcedor colorado está acostumado a ver.
A equipe gaúcha, mais qualificada tecnicamente, manteve a bola sob o seu comando durante a maior parte do primeiro tempo. Um meio de campo consistente, formado por Guiñazu, Bolatti, Tinga e Oscar, trocava passes certos, tentando aprofundar jogadas para Zé Roberto e Leandro Damião. A princípio, a bola não chegava, pois a marcação santista esteve atenta. Isso acabou tornando um tanto quanto monótono. O Santos, retraído e desentrosado, tentava explorar algum erro do Internacional. Apesar de escalado com três zagueiros (Bruno Aguiar, Vinícius e Bruno Rodrigo), o Peixe não jogava no 3-5-2, mas num 4-4-2 como o rival, com Bruno Aguiar caindo pela direita, mas apenas marcando.
O jogo santista só saía quando os jovens tinham alguma chance. O meia Felipe Anderson, de 17 anos, foi o camisa 10 e buscou armar o time. Acertou alguns bons lances, mas demonstrou imaturidade em outros, ao arriscar calcanhares e chapeus errados. Já o atacante Tiago Alves, 18, pegava a bola e era agudo, partia para cima, jogando como um ponta esquerda. Foi exatamente numa investida do garoto paraense que o Peixe abriu o placar. Ele sofreu pênalti, que acabou convertido por Keirrison. O camisa 9, até então, não havia pego na bola.
A Vila Belmiro recebeu um público pequeno, 4.532 pagantes. A promoção feita pela diretoria, que derrubou os preços dos ingressos (as arquibancadas, que na Libertadores custam R$ 50, caíram para R$ 20), não animou os alvinegros a comparecerem ao estádio para ver o time reserva. Os colorados, por sua vez, marcaram presença e praticamente lotaram o setor reservado aos visitantes. Animados, eles praticamente não remoeram muito o gol sofrido. Bem mais experiente, a equipe gaúcha não se perdeu. Seguiu comandando as ações, foi cercando o Santos até empatar a partida, com Zé Roberto, aproveitando-se de uma falha generalizada do sistema defensivo santista e completando cruzamento de Oscar.
Os visitantes continuaram dominando as ações no segundo tempo. Era o mesmo panorama da etapa inicial: o Peixe retraído, esperando um erro do adversário e o Inter dominando a posse, jogando como se fosse o mandante, alugando todos os espaços do campo. Faltava ao Colorado, porém, jogadas mais agudas. O time gaúcho parecia satisfeito com o empate, sem muito apetite, errando passes e arremates quando chegava perto da área. Zé Roberto ainda tentava fazer algo, driblando, correndo se deslocando, pedindo e recebendo. Só que foi um elemento solitário no ataque gaúcho, já que Leandro Damião, disperso, errou todos os lances que tentou. O Santos, por sua vez, vivia de contra-ataques. O problema do Peixe é que faltava uma maior aproximação entre jogadores de meio e de frente. Kerrison, preso entre os zagueiros, só via a bola passando por cima.
A falta de emoção dentro de campo fez o público santista dispersar. Garotos conversavam, casais namoravam. Os alvinegros, normalmente exigentes, não esboçaram sequer vaias. Já os colorados seguiam cantando músicas de apoio a seu time, mas não conseguiram inspirar seus jogadores. O apito final acabou caindo bem.
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