O jornalista brasileiro freelancer Solly Boussidan, colaborador do jornal O Estado de S. Paulo, foi preso na sexta-feira (28/1), por autoridades russas na cidade de Sochi, sob a acusação de trabalhar sem permissão no país. O repórter foi interrogado por 12 horas pelas autoridades russas, depois de enviar um relato sobre a cobertura televisiva do atentado de segunda-feira (24/1) no aeroporto de Moscou, quando 35 pessoas morreram, ao portal Terra Magazine. As informações são do Estadão.

Moscou determinou que Boussidan deve passar 10 dias em uma prisão antes de ser deportado. O Itamaraty e a Alemanha — país do qual o repórter também tem cidadania — tentam interceder para que ele deixe a Rússia o quanto antes.

Embora tenha se identificado como jornalista ao cruzar a fronteira, Boussidan não trabalhava em território russo e estava em trânsito rumo à Armênia com um visto de turista. No entanto, com o atentado de segunda-feira no aeroporto de Moscou, quando 35 pessoas morreram, o repórter enviou um relato ao portal brasileiro.

Dois dias depois, a polícia o deteve em seu hotel e o interrogou por 12 horas. Em seguida, Boussidan foi levado a uma audiência com um juiz, que determinou sua prisão por 10 dias antes da deportação, além de uma multa de dois mil rublos (cerca de 65 dólares). O brasileiro foi encaminhado a um centro de detenção para estrangeiros na cidade de Adler, perto da fronteira com a Geórgia.

Segundo o Estadão, o jornalista passou 36 horas sem comida, sob pressão para assinar documentos em russo sem tradução e abrir mão da proteção consular brasileira.

Organizações internacionais de defesa da liberdade de imprensa têm criticado duramente as ações de Moscou contra repórteres que atuam no país. Segundo a ONG Repórteres Sem Fronteiras, a Rússia pretende erguer “uma cortina de ferro” para impedir a cobertura da imprensa.