Perfil arquitetônico original das obras mais antigas já ressurge em vários pontos da capital sul-mato-grossense. Comerciantes e moradores dizem que investem para ‘não ficarem para trás’.

O Plano de Revitalização do Centro que abrange um espaço de 257 hectares e objetiva valorizar e proteger o patrimônio histórico, ambiental, arquitetônico e paisagístico da cidade tem surtido efeito na população que tem imóveis na região.

Os condôminos do Edifício Executive Center, um dos prédios comerciais mais antigo da cidade, resolveram revitalizar o local e deixar o condomínio pronto para o novo visual do centro campo-grandense. Segundo o síndico do prédio, o advogado Paulo Grotti, eles não querem ficar para trás. “Como vamos ficar sem nos adequar as novas mudanças? A gente não pode ficar para trás”, diz.

O prédio que foi construído no início da década de 90 nunca havia sido reformado. Segundo Grotti, quando ele assumiu a sindicância muitos condôminos queriam sair do local, pelas condições, hoje todos estão animados com o projeto de revitalização.

“Começamos a trocar os pisos e já estamos terminando a pintura. Depois vamos mudar a fachada e deixar tudo muito mais adequado com as obras que estão deixando nossa cidade cada vez mais bonita”, revela.

Desde que se tornou síndico Grotti conta que a valorização da área cresceu vertiginosamente. Ele lembra que há três anos o andar do prédio para salas comerciais custava R$ 160 mil, hoje o valor chega a R$ 470 mil. “Tivemos uma valorização impressionante, de quase 300%”.

Para o advogado, as mudanças na avenida, como a extinção do estacionamento, e instalação do ponto de ônibus fechado contribuem ainda mais para esta valorização. “Antes era tudo desorganizado, cheio de ambulantes vendendo de tudo nos estacionamentos da avenida, agora temos tudo estruturado, o que contribui ainda mais para a valorização da cidade”.

O Plano

Ao longo de 20 anos, o plano prevê mais de 90 ações para o Centro Histórico, somando um orçamento em torno de R$ 270 milhões. Dentre elas, a primeira etapa da Orla Morena já foi entregue e outras estão em andamento, como por exemplo, a segunda etapa da Orla Morena, Orla Ferroviária, restauração e recuperação da Estação Ferroviária, revitalização da Praça Ary Coelho, Centro de Belas Artes e o projeto de adequação de publicidade “Reviva o Centro”.

Outras ainda aguardam recursos, como por exemplo, a Revitalização da Rua 14 de Julho, a qual está prevista no PAC das Cidades Históricas.

E em relação a essas melhorias na região central, Omar Aukar, presidente da Associação Comercial e Industrial de Campo Grande (ACICG), destacou que estas intervenções contribuirão para ampliar o uso da região central, aumentando a frequência de visitação das pessoas.

“A maioria está gostando do que está acontecendo. As obras das Orlas, por exemplo, irão quebrar essa visão de só comércio e negócios, dará uma humanizada. A Avenida Calógeras estava horrível, mas agora está começando a mudar. E depois da Orla Ferroviária ficará uma beleza!”