Chancelaria não precisou quantos funcionários seriam removidos de Teerã depois de uma longa ação violenta de manifestantes

O Ministério das Relações Exteriores não deixou claro, entretanto, quantos funcionários estão sendo removidos nem deu outros detalhes, mas afirmou que “a segurança de sua equipe estava garantida e suas famílias são a prioridade imediata”. Segundo a agência AP, alguns diplomatas ainda trabalham, mas, oficialmente a embaixada está fechada.

“Devido aos eventos de ontem e para garantir a sua segurança, alguns funcionários estão deixando Teerã”, afirmou a chancelaria, segundo a BBC.

Na terça-feira, manifestantes invadiram o complexo da Embaixada do Reino Unido de Teerã, jogando documentos pela janela e arrancando a bandeira britânica do mastro para depois queimá-la e substituí-la por um estandarte em nome de imã Hussein, em cenas que lembraram a fúria contra as potências do Ocidente depois da Revolução Islâmica de 1979.

A invasão aconteceu dois dias depois de o Parlamento do Irã ter aprovado um projeto de lei que reduz as relações com o Reino Unido em retaliação à decisão de Londres de impor sanções adicionais ao país, no dia 21, quando anunciou o corte de todos os laços financeiros com bancos iranianos. As medidas britânicas fazem parte de uma nova série de sanções impostas pelos países ocidentais a Teerã.

As punições foram tomadas depois de um relatório da Agência Internacional de Energia Atômica reafirmar as suspeitas de que o programa nuclear de Teerã tem objetivos militares. O Irã negou em reiteradas ocasiões que queira fabricar armas atômicas, afirmando que seu programa nuclear tem fins civis.

O longo ataque à Embaixada do Reino Unido ao complexo pode levar a um rompimento das relações diplomáticas entre os dois países. O premiê britânico David Cameron qualificou a ação como “ultrajante e indefensável” e afirmou que o Irã falhou em defender a embaixada e sua equipe, provocando um incidente que teria “sérias consequências”.

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O Irã se desculpou pelo ataque, e o descreveu como um “comportamento inaceitável de um pequeno número de manifestantes”. O incidente foi condenado pelos EUA, a União Europeia e pelo Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).

O porta-voz do Parlamento do Irã, Ali Larijani, descreveu a condenação do Conselho de Segurança como “precipitado”, segundo informaram as emissoras de TV estatais. “O precipitado movimento do Conselho de Segurança em condenar as ações dos estudantes foi feito para cobrir crimes feitos anteriormente pelos EUA e pelo Reino Unido, enquanto a polícia fez tudo o que era possível para manter a paz”, teria dito Larijani.

A Noruega decidiu fechar sua embaixada em Teerã, por conta dos ataques contra os edifícios do Reino Unido. Hilde Steinfeld, porta-voz da Chancelaria em Oslo, disse que a decisão de fechar o complexo diplomático no Irã foi tomada na noite de terça-feira, mas os funcionários não tinham sido removidos do país. “Eles ainda estão em Teerã”, disse.

Steinfeld também não deu detalhes, mas disse que “a decisão segue preocupações com a segurança”. Ela acrescentou que a atitude tomada fazia parte do “contexto do ataque a embaixada britânica”. O país tem quatro ou cinco diplomatas na capital iraniana.

Com as agências AP e BBC