Artesanato produzido por internos e internas do regime fechado estão sendo expostos em Corumbá. Em um ateliê montado em uma lotérica da cidade, desde a semana passada, são demonstradas e comercializadas peças como porta-jóias, bijuterias, tapetes, roupas e bonecas. A iniciativa tem como objetivo mostrar à população trabalhos desenvolvidos dentro dos presídios locais.

O espaço para a exposição foi cedido por um grupo de amigas voluntárias que já contribuem em outros trabalhos com as unidades penais de Corumbá, e uma das colaboradoras cuida do local. Cada produto está identificado com o nome de quem fez, o preço que custa, e de que presídio veio. O Estabelecimento Penal Feminino “Carlos Alberto Jonas Giordano” está expondo trabalhos em crochê e tricô, produzidos por 16 internas nas próprias celas.

A exposição está contribuindo para o fortalecimento da autoestima das artesãs, segundo a diretora do presídio, Laila Ramos Hassan. “Só o fato de a população conhecer os que elas produzem, já está deixando elas mais confiantes; elas estão eufóricas e caprichando cada vez mais”, afirma a diretora.

Das mãos dos internos do Estabelecimento Penal de Corumbá (EPC) saem os porta-jóias e as bijuterias. Os produtos estão sendo confeccionados durante um curso de trabalhos manuais oferecido pela proprietária da confecção instalada no presídio. Nove internos estão participando. De acordo com o diretor do EPC, Edinaldo Dias Lemos, a capacitação está sendo muito importante para os custodiados. “É mais uma opção de trabalho para eles, quando conquistarem a liberdade”, ressalta.

Tantos os internos quantos às internas recebem remição da pena pelos trabalhos artesanais. A cada três dias dedicados ao trabalho, um é diminuído no total da pena a ser cumprida. A exposição está representando, ainda, uma forma de retribuir financeiramente os reeducandos e reeducandas pelo trabalho, já que todo o dinheiro arrecadado com as vendas é repassado a eles, que também são os responsáveis por atribuir o preço aos produtos.