Os manifestantes protestavam na Praça da Sé contra o espancamento de um trabalhador negro por um segurança particular das Lojas Americanas em Campo Grande. Polícia usou gás e balas de borracha, mas ninguém foi detido.

Segundo integrantes da ONG Educafro, o ato pacífico marcado para a manhã deste domingo (1) na Praça da Sé, no centro de São Paulo, acabou em confronto com a Polícia Militar. Os manifestantes estavam protestando contra o caso de espancamento contra um trabalhador negro por um segurança particular das Lojas Americanas ocorrido no dia 23 de abril em Campo Grande.

A PM de São Paulo informou que aproximadamente 200 pessoas participavam do protesto e pararam uma viatura por volta das 11h10. O veículo teria tido o vidro da porta esquerda dianteira quebrado e policiais da Força Tática foram acionados.

Os policiais lançaram gás de pimenta e munição de borracha para dispersar o grupo.

Ainda segundo a PM, o movimento exigia também a contratação de negros em cargos de chefia e exposição de bonecas negras em 20% das prateleiras das Lojas Americanas.

O vidro traseiro de um veículo Eco Sport que estava estacionado na região foi quebrado e a suspeita é de que o autor tenha sido um dos manifestantes. Não houve feridos e ninguém foi detido.

Espancamento em MS

Após o ataque que feriu gravemente o vigilante sul-mato-grossense Márcio Antonio de Souza, 33, no interior das Lojas Americanas em Campo Grande, no último dia 23, outros casos semelhantes em grandes redes de lojas, como Walmart e Extra, ativistas da Rede Educafro marcaram a manifestação na capital paulista.

Segundo o diretor executivo da entidade, Frei David Raimundo dos Santos, a intenção era de repudiar o mais recente espancamento de um trabalhador negro, registrado em MS. “Não é possível mais tolerar esses abusos”, disse Frei David, acrescentando que outros protestos deverão acontecer, também em shoppings e supermercados de São Paulo, como o Walmart e o Extra, onde recentemente ocorreram episódios semelhantes ao de Campo Grande.

Márcio Souza foi agredido após ser acusado do furto de um ovo de Páscoa, na unidade I das Americanas que fica entre as Ruas Dom Aquino e Marechal Rondon, e está com o nariz quebrado em três partes, Márcio disse que não consegue dormir direito e por várias vezes acorda com a sensação de que está apanhando do segurança da loja. (Com informações da Agência Ansa)