A companhia Nu Escuro traz a Campo Grande o projeto “De dentro do centro”, que promove a circulação do repertório do grupo teatral pela região central do Brasil. Os espetáculos apresentados na cidade são “O Alienista”, nos dias 01 e 02 de abril, às 20h, no Teatro Glauce Rocha e “Carro Caído”, dia 03 de Abril, às 19h, na Feira Central. A entrada é franca.

O Projeto “De dentro do Centro” tem como proposta, promover a circulação gratuita do repertório da Cia Nu Escuro por Goiás e pelos estados de sua fronteira – Tocantins, Minas Gerais, , Mato Grosso e Mato Grosso do Sul – e também pelo . São cinco espetáculos distintos, que se revezam entre as cidades participantes.

Em Campo Grande, a Cia apresenta “O Alienista”, que transpõe da literatura para o palco um dos mais conhecidos contos de Machado de Assis, o qual tem como tema a Loucura. A obra possui um amplo sentido questionador, debatendo o que a sociedade rotula sobre o que é normalidade, o que está fora do padrão e como deve ser tratada essa marginalidade.

A proposta do diretor Hélio Fróes foi de utilizar o texto do Machado de Assis como um provocador do trabalho de criação dos atores, buscando produzir um caleidoscópio de informações visuais e verbais em um ritmo inquieto e instigante, onde a qualquer momento o público possa ser surpreendido por estas provocações.

A segunda apresentação da Cia Nu escuro é a peça “Carro Caído”, uma adaptação livre de um conto popular homônimo, recolhido por Câmara Cascudo, que trata da questão da cultura do homem do sertão. Conta a estória de um carreiro, Rubião, que possuía uma grave mania de falar nome feio (do Tinhoso) junto com nome Santo. Mesmo tendo sido alertado do mau agouro que poderia acometê-lo, continuava com os xingamentos. Até que um dia, ele é surpreendido pela visita do Coisa Ruim, o Tinhoso, que o leva para o inferno.

A proposta desse espetáculo foi iniciativa do ITS – Instituto Trópico Sub-úmido, da Universidade Católica de Goiás. Foi criado, em outubro de 2000, para ser apresentado durante as comemorações da semana do folclore, na Cidade Cenográfica – Museu Memorial do Cerrado.

Além das apresentações, o projeto objetiva criar um meio efetivo para consolidar o diálogo, a troca de experiência e de técnicas cênicas entre os grupos dessa região do país, através de vivências e do intercâmbio. Para tanto, recebe financiamento pelo Prêmio Funarte de Teatro Myriam Muniz.