Projeto sugere fim de doces e refrigerantes em cantinas das escolas da Capital

Doces, balas, refrigerantes e frituras podem ceder de vez o lugar para frutas e sucos nas cantinas escolares de Campo Grande. Essa é a proposta de um projeto de lei que prevê normatização para a merenda alunos das escolas públicas e privadas da cidade

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Doces, balas, refrigerantes e frituras podem ceder de vez o lugar para frutas e sucos nas cantinas escolares de Campo Grande. Essa é a proposta de um projeto de lei que prevê normatização para a merenda alunos das escolas públicas e privadas da cidade

Doces, balas, refrigerantes e frituras podem ceder de vez o lugar para frutas e sucos nas cantinas escolares de Campo Grande. Essa é a proposta de um projeto de lei que prevê normatização para a merenda alunos das escolas públicas e privadas da cidade.

 

“Nós precisamos assegurar a saúde das crianças da cidade. O município tem oferecido uma merenda escolar balanceada e aí as cantinas vendem doces e refrigerantes, atrapalhando o trabalho de conscientização de alimentação saudável”, diz o vereador autor do projeto.

Uma escola particular da cidade já realiza um projeto de conscientização da alimentação infantil, desenvolvido pelas professoras Luciene Costa e Luciana Cordeiro e com acompanhamento da nutricionista especializada em nutrição e pediatria na escola e na adolescência Daniela Wanderley de Mendonça. Juntas, as duas promovem o lanche saudável, quando uma vez por semana a turma inteira combina um recreio com um alimento saudável.

“Eu acho desagradável a venda desses alimentos, uma vez que a gente prima pela alimentação saudável. Aqui são vendidos muitos doces e refrigerantes, acaba entrando em conflito com o que a gente ensina em sala de aula”, observa a professora Luciana Cordeiro.

Maria Eduarda Youssef dos Santos, de 10 anos, aluna do quinto ano, afirma odiar doces. “Não como bombons, não tomo refrigerante. Eu simplesmente não gosto”. E a professora confirma a aversão da menina. “Um dia ela ganhou uma caixa de bombom por se sair bem no ditado, ela recusou. Eu tive que trocar por um marcador de livros”, lembra a professora.

A avó de Maria Eduarda e diretora da escola, Reni Domingues dos Santos, diz que é da menina o gosto pelas frutas. “Ela me cobra para comprar frutas e não outra coisa. A família até me culpa e diz que ela me imita, mas ainda bem que é por um hábito saudável”, brinca. 

Daniela Dantas, de 10 anos, mescla o saudável e o artificial, como prova da mudança gradual de hábitos. “Eu trago iogurte, refrigerante, pão, dependendo do dia”. 

Bruna Ramires Volpato, de 12 anos e aluna do sétimo ano estava no recreio conversando com duas amigas que tomavam refrigerantes e ela, suco. “Eu tomo refrigerante também, mas aqui na escola geralmente tomo suco, as vezes acompanhado com um lanche”, diz.

Para o vice-diretor da escola, Wilson Buzinaro, o importante é educar para que a criança faça a opção. “Se a gente orienta, a criança vai criando novos hábitos, principalmente as mais novas. Em casa, ela passa esse aprendizado aos pais, ela aprende a escolher o que é bom pra ela”, esclarece.

“Importantíssimo”

A nutricionista que orienta as crianças da escola, Daniela Mendonça, diz que o projeto de lei 6855/2010, de autoria do vereador Cristóvão Silveira (PSDB), é importantíssimo e que o papel da escola é educar e isso inclui ensinar a criança a se alimentar de forma saudável.

 

“Em Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro o projeto já existe e é maravilhoso. Aqui na escola não são vendidos salgados fritos, mas não basta. A gente orienta para a criança se alimentar de maneira saudável, mas se a cantina não dá o exemplo, atrapalha o nosso trabalho”, diz a nutricionista.

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