A solenidade de colação de grau da primeira turma da Licenciatura Intercultural Teko Arandu será realizada neste sábado (22), às 10h, no auditório do Campo 2 da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados). São 39 indígenas de várias aldeias da região da Grande Dourados, que receberão o diploma para atuarem como professores nas escolas indígenas do país.

Atualmente, de acordo com a assessoria da UFGD, há cerca de 23 turmas de Licenciaturas Interculturais em todo o Brasil. Em Dourados, a Teko Arandu surgiu da iniciativa do Movimento de Professores Guarani e Kaiowá, em parceria com muitos profissionais da área da Educação e algumas Universidades, Secretarias Municipais de Educação, Funai (Fundação Nacional do Índio), MEC (Ministério da Educação) e políticos locais. Todos colaboraram com a criação do curso.

O Curso de Licenciatura tem a modalidade parcelada ou de alternância. A pedagogia de alternância foi desenvolvida por pesquisadores internacionais com o objetivo de colocar em prática uma nova teoria sobre a educação popular. A técnica não tem o intuito de formar alunos como nas escolas urbanas comuns e, sim, fazer com que os filhos de lavradores e até mesmo os próprios lavradores, desenvolvessem uma forma mais digna e lucrativa para a vida no campo.

Ao voltar-se para a realidade do contexto indígena, o curso está composto por dois Blocos. O primeiro é denominado Núcleo Comum, de um ano e meio, com um currículo único para todos os acadêmicos. Já o Bloco II, Núcleo Específico, de dois anos e meio, é organizado em quatro grandes áreas de formação especializada: Educação Intercultural e Ciências Sociais; Educação Intercultural e Linguagens; Educação Intercultural e Matemática; Educação Intercultural e Ciências da Natureza.

A turma leva o nome do professor doutor da UFGD Renato Gomes Nogueira, um dos grandes incentivadores da implantação do curso, falecido em um acidente automobilístico na BR 163, ocorrido em 2006. Os patronos da turma serão Dona Tereza Espíndola, liderança indígena e o professor doutor Damião Duque de Farias, reitor da Universidade. Os paraninfos serão o Senhor Nelson Batista, liderança indígena e o professor doutor Levi Marques Pereira.