Presidente da Cruz Vermelha em MS suspeita que houve fraude no leilão da sede da entidade
Prédio da entidade, situado na Avenida Afonso Pena, área mais valorizada de Campo Grande, custava em torno de R$ 1,3 milhão e foi leiloado por R$ 558 mil
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Prédio da entidade, situado na Avenida Afonso Pena, área mais valorizada de Campo Grande, custava em torno de R$ 1,3 milhão e foi leiloado por R$ 558 mil
Avaliado pela Câmara de Valores Imobiliários em aproximadamente R$ 1,3 milhão o imóvel localizado na Avenida Afonso Pena nº 2.660, em frente à Praça do Rádio no centro de Campo Grande, a ex-sede da Cruz Vermelha de Mato Grosso do Sul pode ser tema de mais uma briga judicial.
Tomada e leiloada em junho de 2007, devido a uma dívida trabalhista, o imóvel pertencia a Cruz Vermelha do Brasil, que pode entrar no Ministério Público Estadual pedindo o bem de volta. A entidade alega que o leilão foi realizado irregularmente e de forma apressada.
Segundo Irene Corrêa da Silva, presidente estadual da Cruz Vermelha, a dívida na época era cerca de R$ 15 mil, resultado de um processo trabalhista de R$ 3,8 mil (onde foram acrescidos juros e correção monetário). Sem fundos na época para pagar a dívida, o imóvel da Afonso Pena foi tomado e posteriormente leiloado.
“O que foi muito estranho é que, dois dias antes do leilão, a Cruz Vermelha Nacional enviou o dinheiro para pagarmos a dívida, que poderíamos quitar até o dia do leilão. Mas não foi isso que ocorreu, pagamos a dívida, mas mesmo assim o imóvel foi leiloado”, explica Irene, que ainda comenta que a entidade regional vive por conta própria, sem auxílio do poder público, e não tinha na época como pagar a dívida.
O imóvel, avaliado em R$ 1,3 milhão, acabou leiloado por R$ 580 mil. Irene Corrêa, presidente desde 1993 da Cruz Vermelha de MS, chegou a ter um infarto e depressão após o ocorrido. Hoje o imóvel está depredado e sem nenhum funcionamento, mesmo estando localizado na área central de Campo Grande.
Ainda segundo Irene, do dinheiro arrecado no leilão foram pagou outras dívidas, também de pequeno custo. Porém, ainda segundo a presidente, a totalidade do arrecadado não foi passada para a Cruz Vermelha.
Briga judicial
A Cruz Vermelha Nacional solicitou recentemente os documentos referentes ao leilão e, após análise, informou para a seccional de MS que pretende entrar no Ministério Público Estadual para reaver o imóvel. Segundo informado por Irene Corrêa, foi constatado que problemas de cunho jurídico e processual indicam falhas no andamento do processo.
Os detalhes do leilão acabaram não sendo disponibilizados para a Cruz Vermelha Regional. “Os custos para tirar cópias no Fórum são muito altos, e o advogado não quer fornecer a cópia dele para analisarmos”, comentou a presidente regional, que se diz indignada com o caso.
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