Presa quadrilha que tentou roubar e vender caminhão na Bolívia
Cinco homens foram presos pela Polícia Militar entre a tarde e noite de terça-feira, 24 de maio, em uma ação nas regiões do Jacadigo e Porto da Manga, em Corumbá. Eles são acusados de participar de um esquema de roubo de caminhões. O bando teria contratado, usando nome de um antigo cliente da empresa de […]
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Cinco homens foram presos pela Polícia Militar entre a tarde e noite de terça-feira, 24 de maio, em uma ação nas regiões do Jacadigo e Porto da Manga, em Corumbá. Eles são acusados de participar de um esquema de roubo de caminhões. O bando teria contratado, usando nome de um antigo cliente da empresa de transporte localizada em Campo Grande, o frete de uma carga de feno da Capital para uma fazenda na região rural de Corumbá.
Tendo as características do veículo, um caminhão Mercedes Benz L-1315, cor amarela, carroceria aberta, placas BWM-0503 de Campo Grande, dois dos bandidos usaram um táxi para encontrá-lo na região do Porto da Manga.
“A tal da fazenda para qual deveríamos entregar a carga não existia, ninguém a conhecia. Foi quando meu marido pediu informações ao taxista e os passageiros falaram que eram funcionários da propriedade. Eles subiram no caminhão com a gente, mas pareciam desorientados, nervosos e já começamos a desconfiar que algo estava errado”, disse a esposa do caminhoneiro, uma mulher de 47 anos.
Em determinado momento, um dos homens anunciou o assalto e pediu para que o casal deixasse o veículo. Nessa hora, a mulher contou ao Diário que foi agredida por um dos homens com uma cotovelada que lhe arrancou dois dentes frontais da arcada superior.
“Eles me puxaram e falaram que estava demorando a descer. Daí, mandaram que a gente entrasse no mato. Eles nos acompanharam e depois um deles voltou para levar o caminhão. O homem mais gordinho nos amarrou com tiras de borracha e nos deixou ajoelhados”, contou a mulher que disse que o bandido recebia e fazia várias ligações para o comparsa durante o tempo em que os manteve no cativeiro.
“Numa dessas ligações, o outro disse a ele que o caminhão havia atolado numa estrada de terra. Daí, o que estava com a gente disse para ele se virar porque o caminhão já estava vendido e que ele não iria ser passado para trás. Ele falou ainda que estava com os ‘frangos amarrados’ se referindo a mim e ao meu marido. Nessa hora, ele disse ao comparsa que não nos mataria”, disse ao relembrar as palavras do bandido: “Agora, estou sendo amigo, não existe assaltante amigo, porque vocês foram bonzinhos comigo e não reagiram. Por causa da droga entrei nessa e já estou enjoado”.
A mulher relatou que, no final da tarde, por volta das 18 horas, o bandido começou a ficar com medo, pois aumentou o fluxo de veículos pela estrada próxima e pelo fato de os comparsas não atenderem mais suas ligações.
Ao anunciar que iria buscar um alimento em alguma propriedade próxima, o casal aproveitou para desatar a borracha que os prendia e fugir para dentro do mato até achar um aeroclube, onde ambos foram socorridos pelo caseiro, que comunicou à Polícia Militar, que já havia prendido parte da quadrilha, pois a tentativa de passar o caminhão para a Bolívia foi frustrada quando o veículo atolou na estrada do Jacadigo.
Em outro ponto da cidade
Os policiais encontraram o caminhão com a carga de feno jogada na estrada do Jacadigo, o que despertou a atenção. Momentos após, o CIOPS recebeu ligação de testemunhas moradoras próximas informando que avistaram um veículo Gol, cor cinza, e que um dos ocupantes perguntou se havia um trator para desatolar o caminhão. Disseram ainda que desconfiaram dos ocupantes do Gol por causa da falta de habilidade com o caminhão e comentários tipo: “a carga não importa e sim, o caminhão.”
Em vistoria no veículo, foram encontrados documentos pessoais do casal e, a partir deles, a polícia entrou em contato com a filha das vítimas que relatou que eles haviam sido contratados para levar um carregamento de feno até uma fazenda, em Corumbá.
Na mesma estrada onde o caminhão ficou atolado, os policiais encontraram o veículo Gol de cor cinza, onde estavam Gilson Batista Severino, 35, já procurado pela polícia por ter mandado de prisão em aberto e o condutor, Hermes Arruda dos Santos, de 36 anos. No bolso do Gilson, os policiais encontraram um celular pertencente a uma das vítimas. Embaixo do tapete do passageiro, atrás do banco do motorista, foi encontrada a chave do caminhão.
Gilson confirmou o roubo do veículo e disse que o casal estava na estrada do Porto da Manga próximo a entrada do aeroclube com um comparsa do grupo. A Força Tática e o Grupo Especializado Tático de Motos, foram para o local indicado na estrada da Manga e, no trajeto, os policiais abordaram Mauro Rodrigues de Paula, 20, que possui mandado de prisão por fuga do regime semi-aberto, que tinha em seu poder um revólver calibre 32 com uma munição intacta e nos bolsos, quatro celulares. Ele confessou a participação no roubo e disse que já havia “liberado” o casal. Disse ainda que pertence a um grupo que age de dentro dos presídios e ameaçou os policiais.
Por volta das 19h30, quando as equipes policiais já estavam no 1º Distrito Policial, o telefone que estava com Hermes recebeu uma ligação de um homem identificado como Lucas para combinar a entrega do veículo Gol. A equipe da Polícia Civil, juntamente com um dos envolvidos, combinou a entrega do veículo e em conjunto com o Serviço de Inteligência do 6º BPM, Força Tática e do GETAM foi para o local combinado, um posto de gasolina no bairro Guarani. No local, os policiais abordaram a motocicleta Honda Titan 125, cor branca, placa de Corumbá, conduzida pelo guarda municipal Samuel Franco Lopes, de 40 anos, e na garupa estava o suposto dono do Gol, Lucas Maia Cabral da Costa, de 27 anos, que tinha a quantia de 866 reais em dinheiro.
Investigações
Na manhã desta quarta-feira, a delegada Elaine Benicasa, responsável pelo caso, dava prosseguimento ao interrogatório dos envolvidos, suspeitos de participação em outros crimes. O quinteto foi indiciado por roubo qualificado e formação de quadrilha.
Procurado pela reportagem do Diário, o comandante da Guarda Municipal de Corumbá, tenente-coronel, Ubiratan Bueno, afirmou que vai esperar o pronunciamento formal da Polícia Civil sobre o envolvimento do funcionário público no caso. Após isso, será aberto processo administrativo e o guarda municipal pode, inclusive, ser demitido.
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