Por dia, delegacia da Capital registra ao menos 50 casos de violência contra a mulher

Numa só semana foram anotados 174 ocorrências com históricos de violência contra a mulher, em Campo Grande

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Numa só semana foram anotados 174 ocorrências com históricos de violência contra a mulher, em Campo Grande

Desde o começo da semana, até a manhã desta quinta-feira (21), a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) registrou 174 ocorrências, o que significa uma média de 50 casos por dia. Somente em Campo Grande.

Já em outras delegacias do Estado, de domingo (17) até esta quarta-feira (20) foram registrados 37casos de violência doméstica, sendo 17 deles, com vítimas de lesão corporal, e 20 casos de ameaça.

Segundo a delegada titular da Deam, Lúcia Falcão, o número real de casos de violência doméstica no Estado é ainda maior, uma vez que grande parte das mulheres ainda tem medo de denunciar o agressor. Alguns casos são resolvidos com trabalhos de mediação de conflitos feitos pelo setor psicossocial da delegacia, composto por psicólogos e assistentes sociais.

Além de dar suporte emocional às vitimas, os profissionais realizam acompanhamento com as famílias por meio de reflexões e dinâmicas.

Ainda segundo Lúcia, em 2010 a Deam atendeu 6,2 mil mulheres, o que representa um aumento assustar, se comparado ao ano de 2007, com, 3,9 mil casos. “Este número pode aumentar ainda mais este ano, pois as mulheres estão cada vez mais ganhando coragem para realizar as denúncias”, prevê a delegada.

Na semana passada a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública do Estado (SEJUSP-MS) divulgou um relatório trimestral com as principais ocorrências policiais de abril a junho de 2011, onde 1.174 casos de violência doméstica foram registrados, só neste período.

Violência

Brigas, discussões, bebidas, uso de drogas.Todos esses fatores são apontados como o começo para que as mulheres sofram violências domesticas. Esse foi o caso de Patrícia Oliveira Guimarães, 31 anos, que foi ferida com cinco tiros pelo ex-marido Márcio Leão Cavalcante, 28. Os disparos de balas explosivas a atingiram em órgãos importantes, mas ela sobreviveu depois de dias em coma.

 A desculpa do ex-marido de Patrícia é que ele precisava “conversa a sos” com ela e na verdade ele queria matá-la por ciúme. Antes de cometer o crime, o ex-marido pediu desculpas por tudo de errado que já tinha feito contra ela, inclusive as agressões físicas praticadas três dias antes.

Patrícia relata que teve um relacionamento conturbado com Márcio e que sofreu violência doméstica. Eles têm três filhos e agora as crianças estão aos cuidados de familiares dele. Separados há um ano e três meses, neste período Márcio se casou novamente e nasceu um filho dele com outra moça que engravidou dele.

Denúncia

Para realizar denúncias de violência contra a mulher a vítima ou comunicante pode ligar para a Central de Atendimento à Mulher – pelo número 180, ou comparecer à Deam, localizada na rua Dr. Arlindo de Andrade, 149, próximo à avenida Ernesto Geisel, em Campo Grande.

O atendimento é feito de segunda a sexta-feira das 8 às 18 horas. Nos fins de semana a população deve procurar a Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac) do Centro, localizado na rua Padre João Crippa, 1581.

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