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Pichações são ações pedagógicas de assalto, diz pichador

Grupos das mais diversas orientações políticas ou marginais usam os muros e patrimônios das cidades brasileiras para panfletar suas ideias ou para se comunicar com gangues rivais com mensagens que demarcam territórios. Mais recentemente, o vínculo da pichação com o crime deixou de ser latente, mas os muros seguem utilizados como espaço de “protesto”, transgressão […]
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Grupos das mais diversas orientações políticas ou marginais usam os muros e patrimônios das cidades brasileiras para panfletar suas ideias ou para se comunicar com gangues rivais com mensagens que demarcam territórios. Mais recentemente, o vínculo da pichação com o crime deixou de ser latente, mas os muros seguem utilizados como espaço de “protesto”, transgressão e “ações pedagógicas de assalto”, como é o caso do coletivo Muralha Rubro Negra.

O grupo acredita que a transgressão é a única forma de conquistar mudanças.”Todos os avanços que tivemos na sociedade foram por transgressão: oito horas de trabalho, lei Maria da Penha, Bolsa Auxílio, Reforma Agrária… As pessoas têm desafiar a lei para terem essas conquistas, e a gente vai na mesma linha, topa correr o risco, por uma questão de convicção, só para desafiar para que sejamos ouvidos, e as vezes tem que ser dessa forma imperativa”, diz “João” (nome fictício), integrante do grupo que não quis se identificar.

O grupo atua na cidade de desde 2007 com faixas, pinturas e outras formas de intervenção. O movimento nasceu durante uma política de “revitalização dos centros urbanos”, que segundo João, reprimia catadores, camelôs e indígenas no centro da cidade, como explica

“Era um período em elegeram como problemas indigestos da cidade os moradores de rua, camelôs e catadores, com uma repressão bem forte”, lembra. Ele diz foi planejada uma ação com estênceis em tamanho natural com essas figuras. O grupo diz que não possui vinculação política com nenhum partido e banca do próprio bolso dos integrantes suas ações.

João diz que as manifestações são realizadas “sem perguntar” em uma “ação pedagógica de assalto, de surpresa”, afirma. “Acreditamos nessa forma porque, da mesma forma, não nos perguntam antes de colocar uma estátua ou outdoor (em espaços públicos). Devolvemos na mesma moeda, de certa forma, é um ataque, que não está voltado para agredir o patrimônio das pessoas, mas que traz um conteúdo pedagógico, uma pergunta, um questionamento, uma intervenção”, explica João.

As ações não são consideradas ilegais por João, que cita o artigo 5ª, inciso 9º da Constituição Federal, cujo texto diz que “é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença”.

Recentemente, o Muralha Rubro Negra se aproximou de grupos de pichadores adotando o estilo de letra nas pichações como objetivo de “ingressar as pessoas naquela estética”.

Prisão e lei

João diz que os integrantes já foram presos por pichar as margens do Arroio Dilúvio, que atravessa cidade de Porto Alegre, com uma mensagem relacionada a retomada do Morro do Alemão, no , com os dizeres: “Copa para os ricos, UPP para os pobres”. “Fizemos a intervenção, mas fomos denunciados, presos e respondemos o processo por danos ao patrimônio”, diz ele ao contar sobre a prisão.

Ele diz que a nova legislação que regulamenta e proíbe e venda de spray para menores de idade não vai pegar, porque combate os problemas de forma errada, e maiores de idade podem comprar para os outros. “Talvez esse controle funcione para prestar contas para a sociedade, mas isso não vai acabar a pichação. Eles atacam pelo lado mais frágil, mas não vejo eles construindo mais escolas, ou se preocupando em não privatizar as unidades de saúde. Com isso eles não se preocupam”.

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