O procurador geral da República, Roberto Gurgel, disse, nesta sexta-feira (21) que há indício de crime a partir do inquérito que investiga suposta participação do ministro do Esporte, Orlando Silva, em um esquema de desvio de dinheiro público do programa Segundo Tempo, que visa incentivar a prática esportiva entre crianças carentes.

Segundo ele, já é possível dizer que o esquema tem dimensão nacional. “O que chamou a atenção é que aparentemente as irregularidades têm caráter nacional. Tem graves irregularidades não apenas no DF ou em outro estado, mas em todo o país”.

“Quando instauramos inquérito, entendemos que já há indícios de crime, mas, por enquanto, estamos no início da investigação e não temos elementos para comprovar envolvimento de Orlando Silva e Agnelo Queiroz. Vamos analisar tudo que existe sobre o caso e aí sim emitir um juízo com segurança sobre o envolvimento de um ou de outro”, disse o procurador.

De acordo com ele, justamente por estar no início das investigações, ainda é “prematuro” afirmar os tipos criminais que podem ser atribuídos ao caso. Gurgel informou, no entanto, que já solicitou diligências à Justiça, “mas nada invasivo, como quebra de sigilo”. “Na verdade, estamos fazendo uma reunião de documentos que se encotnram no TCU (Tribunal de Contas da União) e na CGU (Controladoria Geral da União) no sentido de que possamos a partir daí formar um quadro dessas irregulridade e do possível envolvimento dessas autoridades”, explicou.