Pesquisa revela desigualdade salarial entre servidores públicos nos estados

Uma pesquisa divulgada nesta quinta-feira (26) pelo Conselho Nacional de Secretários de Administração (Consad) aponta as desigualdades salariais entre profissionais do serviço público de uma mesma categoria, dependendo do estado onde estiverem atuando. Na região Nordeste, por exemplo, o menor salário de um professor é de R$ 510,00 – uma diferença de R$ 600 em […]

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Uma pesquisa divulgada nesta quinta-feira (26) pelo Conselho Nacional de Secretários de Administração (Consad) aponta as desigualdades salariais entre profissionais do serviço público de uma mesma categoria, dependendo do estado onde estiverem atuando.

Na região Nordeste, por exemplo, o menor salário de um professor é de R$ 510,00 – uma diferença de R$ 600 em relação ao menor valor pago ao profissional da mesma categoria na região Sudeste – R$ 1.246,88. A região Sudeste também é a que apresenta os maiores salários dos professores – R$ 6.457,32.

 A pesquisa foi divulgada no Congresso Consad de Gestão Pública, que ocorre em Brasília até esta sexta-feira (27). O levantamento faz parte de uma ação do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), com coordenação do Ministério do Planejamento.

Segundo o Consad, o levantamento foi feito com base em folhas de pagamentos fornecidas pelos próprios estados. Participaram da pesquisas os estados do Acre, Bahia, Ceará, Espírito santo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Mato Grosso, São Paulo e Santa Catarina, além do Distrito Federal. Ao todo, 124 cargos da administração pública tiveram os salários analisados, mas a pesquisa divulgou apenas as disparidades salariais de profissionais concursados de sete categorias: médico, enfermeiro, professor, soldado, agente de polícia, escrivão e delegado.

Segundo o presidente do Consad, Sérgio Ruy Barbosa, a pesquisa serve como orientador para que os estados discutam as questões salariais com as categorias. “ Foi-se o tempo em que um profissional passava num concurso público e ficava a vida toda ali. Agora, quem paga mais tem mais chances de ter o melhor profissional”, disse Barbosa.

No caso dos médicos, a maior disparidade salarial da categoria está na região Centro-Oeste. Lá, o menor salário encontrado foi de R$ 497,38 para 20 horas trabalhadas. Já a maior remuneração chega a R$ 22.922,48, pelo mesmo período de trabalho. Na mesma região, o salário dos médicos do serviço público chega a ser 203% do que é pago pela iniciativa privada.

Já no caso dos enfermeiros, a região Centro-Oeste e Sudeste são as que apresentam as maiores disparidades salariais. Na região Centro-Oeste, o profissional que trabalha 30 horas pode ganhar entre R4 2.500,00 e R$ 7.083,07. Já na região Sudeste, o profissional concursada da mesma categoria pode ganhar entre R$ 542,42 e R$ 7.110,64.

Policiais e professores

Na região Nordeste, o salário mínimo do professor é quase três vezes menor do que a do soldado, que tem o menor salário registrado de R$ 1.550,73. Os agentes de polícia têm salários ainda maiores saláros em relação aos professores. Na região Nordeste, o valor mínimo pago a estes profissionais é de R$ 1.934,81.

Para o presidente do Consad, a disparidade entre os salários de professores e policiais mostra que a educação ainda não tem investimentos suficientes no país. Na análise dele, a disparidade salarial entre as duas categorias são as que mais se destacam na pesquisa. “O poder de pressão do policial é maior porque eles são uma categoria armada. A contradição [salarial] é gritante e precisa ser resolvida”, disse o presidente.

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