Ministros de Comunicações da América do Sul discutem na manhã desta terça-feira (29), no Itamaraty, a criação de infraestrutura na área de telecomunicações na região para integração continental, apontada como necessária para o desenvolvimento econômico e social dos países.

O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, apresentou o projeto de criação de um anel óptico para interconexão nas fronteiras na área de telefonia e banda larga. O anel sul-americano se destina a reduzir os custos das transmissões de dados entre os países e, portanto, diminuir o preço final dos serviços de internet dos países sul-americanos.

Hoje, a comunicação entre muitos dos países da região só é possivel por meio de cabos submarinos que fazem a ligação com outros continentes. Países vizinhos têm que usar rede cara e complexa de dezenas de milhares de quilômetros, que vai até o Hemisfério Norte e depois percorre o caminho inverso, relatou Bernardo.

O custo total desse projeto deverá ficar na casa de R$ 100 milhões, para o conjunto dos países fronteiriços, e a instalação poderá durar dois anos, segundo informou. O ministro disse que o maior empecilho para a expansão das comunicações na região é o alto custo das conexões. “Se elas valessem US$ 4 a menos para o consumidor final, haveria no Brasil mais 3 milhões de pessoas com acesso à banda larga (internet de alta velocidade).”

O ministro entende que a maior dificuldade para a integração das comunicações na América do Sul decorre da diferença da capacidade econômica entre os países. O anel óptico, de acordo ele, atenderá melhor a cada um dos países da América do Sul, e o projeto só ganhará sentido com a adesão de todas as nações da região.

O BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) deverão apoiar os investimentos nessa área.

Paulo Bernardo participou da abertura da 1ª Reunião de Ministros das Comunicações da Unasul (União dos Países da América do Sul) e destacou que o início do século 21 abriu oportunidades de mudanças aos países sul-americanos que agora têm mais liberdade e autonomia financeira.

“Começou assim a rota de desenvolvimento sustentável e já partem de nossos países soluções em diversas áreas para as grandes nações que enfrentam problemas financeiros. Temos cada vez mais condições para superar as desigualdades internas e atrair novos investimentos”, disse.

Os países sul-americanos, segundo afirmou, precisam fazer ainda grandes investimentos em estradas, em portos e aeroportos e reduzir os custos na área energética para consolidar seu desenvolvimento e a aumentar inclusão social, destacou.