Para Fabio Trad, leis brasileiras estão acima das imposições da Fifa

Em pronunciamento esta semana, o deputado federal Fabio Trad (PMDB) criticou a dinâmica que move a relação da Fifa com o Brasil, tendo em vista os preparativos para a Copa do Mundo de 2014. Citando a reportagem do jornal Correio Braziliense, “Governo vai rever leis para acatar ordens da Fifa sobre Copa de 2014”, considera […]

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Em pronunciamento esta semana, o deputado federal Fabio Trad (PMDB) criticou a dinâmica que move a relação da Fifa com o Brasil, tendo em vista os preparativos para a Copa do Mundo de 2014.

Citando a reportagem do jornal Correio Braziliense, “Governo vai rever leis para acatar ordens da Fifa sobre Copa de 2014”, considera que um país não deve, em nome do futebol, driblar a própria Constituição Federal e negar as suas Leis, buscando a realização de um evento esportivo patrocinado por instituição privada.

“O Estatuto do Idoso, do Torcedor, o Código de Defesa do Consumidor, o recém-criado Estatuto da Juventude são Leis e como Leis devem valer com os seus atributos de bilateralidade, abstratividade, generalidade, coercibilidade e imperatividade, de forma que se para a FIFA é um estorvo mercantil que deve ter, em nome dos interesses de sua estratégia empresarial, cabe ao Governo Federal reafirmar a nossa dignidade enquanto país no sentido de manter intacta a nossa estrutura normativa, jamais permitindo comercializar a dimensão ética imanente à soberania nacional em benefício de quem, visando lucros, dizem não aos consumidores, não aos idosos, não aos jovens, não aos estudantes e sim às bebidas alcoólicas e aos lucros exorbitantes”, afirmou o deputado.

Considera que a Copa do Mundo é bem-vinda, mas o Brasil foi o escolhido para sediá-la, porque cumpriu rigorosamente todos os requisitos exigidos. “Exigir agora, em nome de interesses comerciais, que nós também devamos transigir com as próprias leis, como se elas fossem bissextas e valessem para todos, menos para uma só, equivale a nos reduzir a uma espécie de aldeia provinciana sem voz e vontade, que dependendo do tamanho do negociador e da altura de sua voz, o seu governo não chega a ouvir o primeiro argumento para sucumbir, passivo, ao poder da força e a força do poder de quem bate na mesa e impõe suas vontades em nome do lucro. Não é este o posicionamento que se espera de um Governo liderado por uma Mulher que colocou em risco a própria vida em defesa da liberdade e da justiça”.

O fato de, a Copa, ser desejável ao país não pode se sobrepor ao fato de que o País tem princípios e valores e que estes não se vendem, não se trocam, não se mercadejam, porque fundantes da história nacional, que nasceu bem antes da FIFA e não findará com o apito da final de qualquer campeonato.

“Que o governo tenha força para resistir aos encantos da empresa, porque País é País, empresa é empresa”, concluiu Fabio Trad.

(com informações da assessoria)

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