O Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou nesta quinta-feira (17) a criação de uma zona de exclusão aérea sobre a Líbia e a adoção de “todas as medidas necessárias” para proteger civis contra as forças do governo Muammar Kadhafi, o que na prática autoriza ações militares.

A resolução foi aprovada por dez dos 15 membros do conselho. Brasil, China, Rússia, India e Alemanha se abstiveram. Não houve votos contrários à medida, que era defendida por França, Inglaterra, Líbano e os Estados Unidos.

O anúncio foi recebido com comemoração por milhares de manifestantes antigoverno na cidade de Benghazi, segunda maior cidade líbia que se tornou o reduto da oposição a Kadhafi.

A medida foi saudada com fogos de artifício, gritos e tiros para o ar, segundo a TV árabe Al Jazeera. Nesta quinta, o ditador anunciou que as forças governamentais atacariam a cidade na noite desta quinta. O ministro francês das Relações Exteriores, Alain Juppé, advertiu que não há muito tempo para interveir. “Pode ser uma questão de horas”.

A Líbia estima que a resolução da ONU adotada nesta quinta-feira “ameaça a unidade” do país e constitui um “apelo aos líbios para que se matem”, disse o vice-ministro líbio das Relações Exteriores, Khaled Kaaim.”Esta resolução traduz uma atitude agressiva da comunidade internacional, que ameaça a unidade da Líbia”, declarou.

Segundo o vice-ministro líbio, a decisão é resultado de um “complô” da comunidade internacional “guiado pela vontade de países como França, Grã-Bretanha e Estados Unidos para dividir a Líbia”.