Observadores da Comissão de Investigação de Direitos Humanos das Nações Unidas (ONU) anúnciaram no domingo (27) as conclusões da apuração sobre as denúncias de violência e repressão na Síria. O trabalho foi feito a partir da coleta de depoimentos e relatos, pois o governo do presidente sírio, Bashar Al Assad, não autorizou a entrada dos observadores estrangeiros.

Desde 26 de setembro, a comissão coleta depoimentos e levanta dados sobre casos de violação de direitos humanos na Síria. A equipe foi composta pelo brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro, a norte-americana Karen Koning AbuZayd e o turco Yakin Erturk. Os três analisaram questões relativas aos campos de refugiados, ao direito humanitário e à violência contra as mulheres, entre outros temas.

A expectativa, segundo diplomatas que acompanham o assunto, é que seja convocada a terceira sessão especial da comissão no âmbito dos direitos humanos na ONU. Se convocada, a reunião ocorrerá até dezembro.  As denúncias de violações na Síria preocupam a comunidade internacional, mas Assad insiste que apenas reage a grupos armados e nega a repressão.

No dia 22, a ONU aprovou uma resolução crítica à Síria, com o apoio do Brasil e de mais 120 países. A comunidade internacional cobra de Assad o fim da onda de violência, a abertura de negociações com os manifestantes e o cumprimento do direito internacional. A estimativa é que cerca de 3,7 mil morreram em cidades sírias desde março.

Ontem (27), a Liga Árabe aprovou uma série de sanções econômicas, comerciais e até aéreas à Síria. As restrições  incluem o congelamento de transações comerciais, das contas bancárias de integrantes do governo em países árabes, a suspensão de voos entre as nações que integram o bloco e a Síria e a proibição de viagens de integrantes do Executivo sírio para os países da região.