O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse neste sábado que apoia a ascensão “extraordinária” do Brasil no cenário internacional, mas não apoiou o tão esperado assento permanente do Brasil no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).

No início de uma viagem de cinco dias à América Latina, Obama disse a jornalistas em Brasília que sua visita é uma oportunidade “histórica” para fortalecer os laços entre os EUA e o Brasil, maior economia da região, em áreas como comércio e energia.

Com a visita, Obama pretende garantir uma parcela maior no robusto crescimento econômico latino-americano, enquanto lida com graves crises no Japão e na Líbia.

Em comunicado conjunto, Obama e a presidente Dilma Rousseff disseram que reconhecem a “necessidade de reformar instituições internacionais, a fim de refletir as realidades políticas e econômicas atuais”.

“O presidente Obama manifestou seu apreço à aspiração do Brasil de tornar-se membro permanente do Conselho de Segurança e reconheceu as responsabilidades globais assumidas pelo Brasil”, disse o comunicado.

Dilma disse estar otimista sobre as relações entre os dois países, que passaram por um período tenso ano passado, e vê oportunidades para a cooperação no desenvolvimento de novos campos de petróleo brasileiros.

Em um tom duro, praticamente sem dirigir seu olhar a Obama enquanto falava, Dilma também pediu uma reforma do Conselho de Segurança da ONU, dizendo que as organizações internacionais ainda refletem antigas estruturas de poder.

O Brasil acredita que merece um assento permanente no Conselho de Segurança, tendo em vista a crescente presença do país como potência econômica e diplomática, e quer ganhar o apoio de Obama, que defendeu um assento permanente para a Índia quando visitou Nova Délhi, em novembro.

Ansioso para incentivar a geração de emprego em casa antes das eleições presidenciais de 2012, Obama visitou o Brasil como parte de um esforço para se aproximar de uma região onde os EUA enfrentam crescente concorrência da China, que ano passado tornou-se o maior parceiro comercial do Brasil.

Obama visitará também Chile e El Salvador, ao mesmo tempo em que as potências mundiais buscam proteger civis do líder líbio Muammar Gaddafi e o Japão enfrenta uma crise nuclear.