De 1º de novembro até o início da tarde de hoje (16), o Disque-Denúncia processou 804 ligações relacionadas às favelas da Rocinha, do Vidigal e Chácara do Céu, na zona sul do Rio. O número é trinta vezes maior do que no mesmo período de 2010, quando foram recebidas apenas 22 ligações. As comunidades foram ocupadas pelas forças de segurança pública no domingo (13).

Nos dois primeiros dias da Operação Choque de Paz, como foi batizada a ação policial, o serviço recebeu 308 ligações relacionadas a esconderijos de traficantes, armas e drogas na área das três favelas, uma média de quatro denúncias por hora. Segundo a Secretaria de Segurança Pública do estado, nas três semanas anteriores, a média de ligações diárias durante um relacionadas a essas comunidades era apenas quatro por dia.

“A população está mais confiante. E nós estamos assistindo também a polícia mais confiante porque as informações vem sendo comprovadamente importante para a ação da polícia. O policial se sente mais seguro, e nós vimos que em toda essa operação não houve nenhum disparo, ou seja, com informações a população, o policial fica mais seguro e, porque não dizer o próprio bandido também fica seguro”, disse o coordenador do Disque-Denúncia, Zeca Borges.

Ele disse ainda que o sucesso da ocupação do Morro do Alemão fez com que a população confiasse mais no Disque-Denúncia e, consequentemente, no da polícia. Os moradores do Rio também contam com o serviço da Ouvidoria da Polícia Civil que, desde a ocupação das três favelas, está de plantão para receber reclamações, sugestões e elogios em relação à Operação Choque de Paz e à conduta dos policiais civis e militares.

De acordo a Secretaria de Segurança Pública, até a manhã desta quarta-feira não foi registrada nenhuma reclamação de moradores da Rocinha, Chácara do Céu ou do Vidigal contra as forças policiais que estão atuando nas comunidades. Ainda segundo a secretaria, quatro elogios foram recebidos, entre eles, o de um grupo de turistas estrangeiros que, após visitar a Rocinha, parabenizou a maneira respeitosa como foi tratado durante uma revista policial.