Na condição de azarão desde a primeira fase, o Japão conquistou a Copa do Mundo de futebol feminino na tarde deste domingo, em mais uma das zebras que protagonizou no decorrer do torneio. No Estádio de Frankfurt, as asiáticas venceram o time dos Estados Unidos, bicampeão mundial, nos pênaltis, após empatar por 2 a 2 e vencere por 3 a 1 nas penalidades.
Vinda do banco de reservas, Alex Morgan fez o que parecia ser o gol do título americano até Miyama empatar, se aproveitando de sequência de falhas da defesa adversária.
A honra de decidir parecia que caberia então a Wambach, que marcou de cabeça aos 9min do primeiro tempo da prorrogação e chegou ao seu décimo-terceiro gol em Mundiais, um a menos que as recordistas Marta e a alemã Birgit Prinz.
Mas o Japão buscou forças e conseguiu igualar mais uma vez aos a três minutos do final, com Sawa, que, com cinco gols em todo o torneio, se tornou artilheira do campeonato.
Campeãs também em 1991 e 1999, as americanas ultrapassam a Alemanha no número de títulos, justamente na Copa do Mundo realizada no país europeu.
Na campanha, o time da técnica Pia Sundhage começou decepcionando ao terminar na segunda colocação em um grupo com Suécia, Colômbia e Coreia do Norte. Mas se recuperou na fase mata-mata, batendo o Brasil, nos pênaltis, e a França, antes de chegar a final.
O surpreendente time japonês também ficou na vice-liderança do seu grupo, composto por Inglaterra, México e Nova Zelândia. Nas quartas de final, bateu a anfitriã e bicampeã mundial Alemanha na prorrogação. No caminho até a decisão, ainda passaram ainda pela Suécia.
O jogo
Foram 25 jogos entre Estados Unidos e Japão na história (22 vitórias americanas e 3 empates). Em 2011, em três confrontos amistosos, vitórias americanas por 2 a 1 (na Copa Algarve, em Portugal) e 2 a 0 duas vezes (em dois desafios em Ohio, no mês de maio).
O favoritismo era escancarado: de um lado, a equipe da goleira Hope Solo carregava a tradição de dois títulos mundiais e três medalhas de ouro olímpico. Do outro, uma equipe que até a edição atual havia vencido apenas três em dezesseis jogos de Copas do Mundo e foi apenas terceira colocada na última Copa da Ásia.
Aproveitando o aparente nervosismo das japonesas, especialmente na defesa, as americanas começaram pressionando e criaram duas boas chances com Wambach nos primeiros vinte minutos. As orientais erravam passes e não conseguiam sair do próprio campo.
O gol dos Estados Unidos parecia questão de tempo, apesar da maioria dos chutes errar o alvo. Aos 28min, Wambach, na melhor finalização até o momento, acertou o travessão adversário, em um belo chute na entrada da área, desmoralizando ainda mais o time japonês, perdido na partida, apesar de manter alguma posse de bola.
As asiáticas, no entanto, chegaram a final do Mundial surpreendendo todos as suas oponentes. E quando chegaram pela primeira vez ao gol adversário criaram a melhor oportunidade até então: lançada cara a cara com Hope Solo, a meia Ando teve uma chance clara de abrir o placar, mas chutou muito fraco.
O lance marcou o crescimento do Japão no jogo, que ficou mais equilibrado. Foram mais duas chegadas da equipe em cinco minutos, todas, porém, desperdiçadas por má finalização.