Nível do rio Paraguai cai quase 5 centímetros por dia
Análise do comportamento do rio Paraguai feita pela Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), ligada ao Ministério das Minas e Energia (MME), prevê que ainda este mês o rio estará abaixo dos 2 metros na centenária régua ladarense, mantida pelo Serviço de Sinalização Náutica do 6º Distrito Naval. Pelas projeções do CPRM, o rio […]
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Análise do comportamento do rio Paraguai feita pela Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), ligada ao Ministério das Minas e Energia (MME), prevê que ainda este mês o rio estará abaixo dos 2 metros na centenária régua ladarense, mantida pelo Serviço de Sinalização Náutica do 6º Distrito Naval.
Pelas projeções do CPRM, o rio Paraguai deve atingir 2,13 metros até o dia 14 de outubro. Para o dia 21 deste mês, a altura deve chegar a 1,81 metro e em 28 de outubro deverá medir 1,55 metro. De acordo com análises da CPRM, “A estação de Ladário no rio Paraguai apresenta valores de cota de nível d’água acima da curva de permanência de 50%. Atualmente o nível d’água continua em declínio”. Mesmo em fase de redução, o rio está longe da chamada Zona de Atenção de vazante.
Depois de alcançar o pico de 5,62 metros; ficar estável por oito dias – entre 31 de maio e 07 de junho – na régua de Ladário, o rio Paraguai entrou na fase de vazante. Nesta sexta-feira, 07 de outubro, o rio chegou aos 2,48 metros. A redução é de mais de 3 metros em relação ao nível máximo. A média de redução é de aproximadamente de 2,5 centímetros por dia.
Nos últimos dez dias, a velocidade de redução de nível foi maior que a média, praticamente dobrou. Entre os dias 27 de setembro e 06 de outubro, o rio passou de 3,01 metros para 2,54 metros. A altura caiu 47 centímetros nesse período, diminuindo média de quase cinco centímetros por dia.
Ciclo
A propagação das cheias do rio Paraguai se dá ao longo de vários meses do ano, caracterizando o lento escoamento das águas no Pantanal. Isto se deve à complexa combinação das contribuições de cada planície cujas lagoas e baías funcionam como reguladores de vazão, acumulam água e amortecem a elevação do nível, durante o crescimento da cheia, e cede água durante a recessão.
Ocorrem enchentes locais em diversas regiões, ao longo do ano, dependendo do regime de chuvas. Na região entre Cáceres e Cuiabá, o trimestre mais chuvoso estende-se de janeiro a março, com ocorrência de níveis d’água elevados em março. Na sub-bacia do rio Miranda, o trimestre mais chuvoso estende-se de dezembro a fevereiro, com ocorrência de níveis elevados em fevereiro.
Em Cáceres, as cheias ocorrem entre fevereiro e março, recebendo contribuições intermediárias a jusante, alcançam Corumbá, entre maio e junho, e Porto Murtinho, entre julho e agosto. De Bela Vista do Norte até deixar o território brasileiro, na foz do rio Apa.
O rio Paraguai apresenta um hidrograma de enchente muito uniforme, com apenas um pico anual, próximo a Forte Coimbra. A partir daí, podem ocorrer pequenos picos devido a contribuições locais. Toda essa regularidade, de a Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais e a lentidão do escoamento, possibilita a previsão de seus níveis d’água com até um mês de antecedência.
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