A Nasa (agência espacial americana) quer voltar a liderar a exploração espacial e fixou como objetivos chegar a um asteroide, retornar à Lua e pisar em Marte em um prazo de 20 anos – e para tanto precisa de uma nova geração de astronautas.

O diretor da Nasa, Charles Bolden, anunciará oficialmente na terça-feira a convocação para novas vagas de astronautas para o curso de 2013 em um ato em Washington no qual estará acompanhado de cinco alunos da turma de 2009, informou a agência espacial.

Os candidatos, que terão que ser cidadãos americanos e maiores de idade, terão a oportunidade de participar dos novos programas de prospecção da Nasa que incluem missões além da órbita terrestre baixa.

A agência espacial garante que seguirá trabalhando na Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês), um projeto internacional do qual participam 16 países, ‘como um banco de provas e trampolim para o desafio que vem pela frente’.

Porém, os astronautas do século 21 serão também os que viajarão a bordo de Orion, o veículo polivalente que foi desenvolvido com a tecnologia necessária para levar os astronautas ‘além da órbita da Terra, o que marcará o início de uma nova era da exploração espacial’.

Nesta nova etapa, a Nasa conta com a empresa privada que, após a aposentadoria dos ônibus espaciaos, está criando as novas naves que viajarão à ISS, ‘para que possamos concentrar nossa energia e recursos no envio de astronautas a um asteroide e eventualmente a Marte’.

Os primeiros alunos do corpo de astronautas da Nasa foram selecionados em 1959, antes do início das operações dos voos espaciais.

Das 500 solicitações que recebeu, a Nasa selecionou um primeiro grupo de sete militares: os capitães da Força Aérea L. Gordon Cooper, Virgil ‘Gus’ Grissom e Donald ‘Deke’ Slayton; o tenente-coronel da Infantaria da Marinha John Glenn, o tenente da Marinha Scott Carpenter e os tenentes-coronéis Walter Schirra e Alan Shepard, que entraram para a história como os ‘sete originais’.

Os requisitos que deviam cumprir eram não medir mais de 1,70 metros, devido ao limitado espaço na cápsula Mercury, ter formação em engenharia e experiência de voo.

O segundo e o terceiro grupo incluíram também civis com ampla experiência em voo, mas em 1964 a Nasa mudou a ênfase da formação de piloto para a formação acadêmica, fazendo com que os currículos abrangessem professores, cientistas, médicos e engenheiros.

Desde então, a Nasa selecionou mais de 20 grupos de astronautas e se prepara para recrutar o grupo da turma de 2013.

Os requisitos para os candidatos a astronautas que não sejam pilotos é uma titulação acadêmica superior de uma ‘instituição credenciada’ em Engenharia, Biologia, Física ou Matemática, além de três anos de experiência profissional.

Também será levado em conta se o candidato realizou um mestrado e conta com experiência no ensino.

Entre os requisitos físicos, é necessário ter uma estatura entre 1,57 e 1,90 metros, uma pressão sanguínea que não exceda 140/90 milímetros de mercúrio e uma visão perfeita.

Apesar de não haver limite de idade, segundo a experiência de convocações anteriores, os selecionados costumam ter entre 26 e 40 anos.

Após a revisão preliminar dos candidatos, que podem ser civis ou militares, começa uma semana de entrevistas pessoais e exames médicos, antes de serem admitidos no curso, o que não garante que serão astronautas.

Uma vez designados os candidatos, começa o treinamento no Centro Espacial Johnson em Houston, um processo que dura dois anos nos quais têm que ser capazes de sobreviver em condições extremas na natureza, mergulhar, nadar e acostumar seu corpo a mudanças repentinas de pressão.

Os candidatos selecionados como astronautas passam a ser funcionários federais e têm um compromisso com a Nasa de permanecer, pelo menos, cinco anos. No entanto, os que não são escolhidos podem fazer parte da agência em outros postos.

A versatilidade dos treinamentos foi criada para que os astronautas possam trabalhar a bordo da ISS, viajar nas naves russas Soyuz e também nas Orion.

‘Este é o começo de uma nova era na exploração do espaço, onde vamos construir a capacidade de enviar seres humanos ao espaço mais longe que nunca’, concluiu a Nasa.